Jornal Estado de Minas

Vizinhos de viaduto que desabou buscam apoio do Ministério Público

Advogada que representa 186 famílias vai procurar a Promotoria de Direitos Humanos para garantir direitos dos moradores

Guilherme Paranaiba

Moradores dos residenciais no entorno da obra discutem com técnicos da Defesa Civil como será feita a desocupação dos prédios - Foto: BETO MAGALHÃES/EM/D.A PRESS


Sem informações sobre o futuro vivendo bem perto do Viaduto Batalha dos Guararapes, na Avenida Pedro I, entre os bairros Planalto (Norte) e São João Batista (Venda Nova), moradores dos residenciais Antares e Savana esperam contar com a ajuda do Ministério Público para não serem vítimas de um jogo de empurra. A advogada Ana Cristina Drumond, que está à frente da Associação dos Moradores e Lojistas das avenidas Pedro I, Vilarinho e adjacências, está concluindo um documento para ser apresentado à Promotoria de Direitos Humanos.

Segundo a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec), dos 186 imóveis que serão desocupados, 119 famílias já tiveram os dados cadastrados pela Prefeitura de Belo Horizonte. Mas ainda não há data nem detalhes de como será feita a remoção dos moradores.

“A gente não sabe onde está a verdade em tudo que está acontecendo. Levando dados ao Ministério Público, o objetivo é exigir que os moradores não fiquem no meio de uma indefinição que apenas os prejudica”, diz Ana Cristina. Segundo a advogada, o documento a ser entregue na Promotoria de Direitos Humanos tem fotos de avarias causadas nos prédios, imagens da proximidade da construção com os edifícios e principalmente a requisição de um laudo assinado por um profissional que ateste a real situação da alça que ficou em pé e também se uma possível trepidação trará risco para a estrutura dos prédios. “De um lado é certo que vai cair, mas de outro não há risco. Precisamos ter a certeza de que há ou não chance da outra parte desabar”, afirma Ana Cristina.

Ontem, o cadastramento das famílias continuou, mas o procedimento não reduziu a angústia dos moradores.
A síndica do Bloco 3 do Residencial Antares, Adelaide de Jesus, de 53 anos, afirma que as pessoas estão muito tristes. “Ninguém está acreditando no que está acontecendo. Não foi culpa nossa, não podemos pagar por isso. Precisamos muito da garantia de que nossos imóveis estarão seguros. Acho que esse é o maior receio das famílias em deixar suas casas”, disse. No Colégio Helena Bicalho, que também precisou ser esvaziado por conta do risco de queda da alça sul do viaduto, as aulas foram suspensas até segunda-feira, quando devem ser retomadas já em novo endereço provisório.

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