Jornal Estado de Minas

Corpos de vítimas de explosão em fábrica de fogos de artifício são enterrados

O clima é de total tristeza entre familiares, amigos e funcionários da fábrica Fogos Globo, onde morreram quatro mulheres. Trabalhadores reclamam de falta de opção para empregos na cidade

Luana Cruz Guilherme Paranaiba

Movimentação na porta de velório da cidade de Santo Antônio do Monte - Foto: Paulo Filgueiras/EM DA Press

Os corpos de duas das quatro vítimas da explosão na empresa Fogos Globo, de fogos de artifício, foram enterrados na manhã quarta-feira no cemitério municipal de Santo Antônio do Monte. O acidente mobilizou a cidade, tradicional polo de produção de fogos. A movimentação no velório de Maria das Graças Gonçalves Siqueira, de 42, e Marli Lúcia da Conceição, de 39, foi grande.

O clima é de total tristeza entre familiares, amigos e funcionários da fábrica. Trabalhadores de outras empresas também prestaram as últimas homenagens às vítimas com um sentimento de solidariedade. Muitos reclamam que a única opção de emprego na cidade está nas fábricas de fogos. Segundo os moradores, mesmo as empresas seguindo padrão de segurança na produção, estão sujeitas aos acidentes. De 2011 até este ano, foram três graves explosões com morte no município.

Os trabalhadores se dizem reféns desse mercado de fogos de artifício.

Era por volta de 7h30 de terça-feira quando a terra tremeu em Santo Antônio do Monte. A explosão ocorreu em um dos barracões onde as funcionárias estavam descarregando bombas para secagem. Além de Maria das Graças e Marli, morreram Daiana Cristina Maciel, de 25, Maria José da Soledade Campos, de 27. Elenilton Gonçalves, de 19 anos, viu o fogo começando e gritou para as funcionárias fugirem. Ele teve três queimaduras nas costas graças a estilhaços que o atingiram.

- Foto: Paulo Filgueiras/EM DA Press

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