Jornal Estado de Minas

Estrangeiros aproveitam últimos dias em BH antes de deixarem o país

Com o fim da Copa, muitos estrangeiros ainda permanecem na capital ou voltaram depois de conhecer outras capitais. Passeios, gastronomia e amigos estão entre os motivos da permanência

Sandra Kiefer
Amigos vieram do Canadá para assistir aos jogos da Copa do Mundo e ontem visitaram o Mercado Central. Eles se despedem de BH na sexta - Foto: Beto Magalhães/EM/D.A Press

Com o fim da Copa do Mundo, Belo Horizonte está vivendo os últimos dias de encantamento com a presença de um número maior de estrangeiros na cidade. Depois de passear por outras capitais, muitos deles voltaram a BH para aproveitar o restante das férias com os amigos, namorar e comprar presentes para levar de lembrança aos familiares na terra natal. “Eles estão amando o Brasil”, explica a estudante de relações internacionais Bruna Rodrigues, de 19 anos. Carioca de nascimento, mas morando em BH, ela marcou encontrou nessa segunda-feira no Mercado Central com o canadense René De Zerzi, de 22 anos.



Desde que se conheceram na Fan Fest, há 15 dias, os dois estão saindo juntos, passeando, se conhecendo melhor. Bruna e René não consideram estar namorando. “Ela é muito amigável”, afirma o jovem, com as bochechas vermelhas ao elogiar a menina. Ele vai embora na sexta-feira, mas pretende voltar ao Brasil.
Ela tampouco sabe se o encontro entre os dois terá futuro, pois se prepara para estudar na Holanda no ano que vem. Ele veio ao país com o ex-colega de escola, o perito criminal Bryan Carvalho da Cruz, de 23, e os irmãos Kevin, de 22, Jeff, de 24. “A comida aqui é melhor e mais natural”, elogia Jeff, famoso no Canadá por fazer festas para 5 mil pessoas com um mix de samba e músicas estrangeiras.

Indiano de nascimento, o pesquisador Sachdev Sidhu, de 46, mora no Canadá e também aproveitou as férias para passear no Brasil. Trouxe a mulher, Sabrina, a filha, Simone, de 3, e dois ex-colegas da empresa, um norte-americano e outro francês, que esticou a temporada para dar um pulo a Ouro Preto. “Ele faz sucesso com as mulheres brasileiras”, brincou o indiano. A turma, além de ir ao Mineirão, visitou Inhotim duas vezes. “Meu amigo francês passou uma semana no Rio, mas disse ter gostado mais de BH. A cidade não é tão louca quanto o Rio, a comida é boa e as pessoas são amáveis”, comparou.



“Das três cidades grandes onde estivemos – São Paulo, Rio e BH – , a mais amigável foi é BH. Vimos o jogo na casa de um amigo que conhecemos na rua. A mãe dele nos serviu caldo de mandioca”, elogiou o belga Kin Van Vlasselaer, de 29. Ele e o consultor Kevin Brans, de 29, aproveitaram o período da Copa para visitar o amigo de infância Laurens Simons, de 28, que se casou com uma mineira e dá aulas de história em uma escola bilíngue na cidade.
Com eles, veio também o irmão de Laurens, o professor de artes Thomas Simons, de 26. Laurens pensa em voltar para a Bélgica quando tiver filhos. A turma embarca hoje de volta à Bélgica e levam na mala, segundo eles, a forma de agradar aos familiares, sandálias brasileiras, licor de maracujá, geleia de jabuticaba, uma caneca de ágata e cachaça.

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