Jornal Estado de Minas

Justiça determina saída imediata de ocupantes na Urbel; manifestantes acatam

O juiz da 1ª Vara da Fazenda Municipal, Nagib Abraão, determinou a reintegração de posse imediata da Urbel. Manifestantes acataram, saíram em protesto e encerraram a manifestação por volta de 17h30

Luana Cruz

- Foto: Pedro Ferreira/EM DA Press

O juiz da 1ª Vara da Fazenda Municipal, Nagib Abraão, determinou nesta sexta-feira a reintegração de posse imediata do prédio da Companhia Urbanizados de Belo Horizonte (Urbel), ocupado por manifestantes desde quarta-feira.

O policiamento está reforçado na porta da Urbel, na Avenida do Contorno, com militares do Batalhão de Choque. Dentro do prédio, os integrantes de 13 ocupações da capital deliberaram sobre a determinação judicial e optaram pela desocupação. Por volta de 15h35, saíram do edifício e seguiram em passeata. A mobilização encerrou quase duas horas depois.


Veja fotos da ocupação e da saída do grupo


Veja o termo de compromisso firmado na reunião desta sexta que resultou na desocupação - Foto: ReproduçãoO juiz se reuniu com os manifestantes pela manhã e propôs uma saída pacífica até as 16h de hoje. O magistrado garantiu todos dos direitos fundamentais aos ocupantes e disse que vai cobrar também da prefeitura compromisso com as famílias das ocupações populares.

Uma das exigências do grupo para sair da Urbel foi a retirada do Batalhão de Choque da porta. Pediriam também que ninguém fosse revistado.



Uma reunião de negociação está marcada para acontecer no dia 17 de julho na Cidade Administrativa, entre líderes das ocupações e representantes do governo de Minas. Também há um encontro agendado para o dia 10 no Ministério Público, em BH.

As ocupações começaram na quarta-feira pela manhã. Grupos montaram acampamento na Avenida Afonso Pena, em frente à Prefeitura de Belo Horizonte, nos prédios da Advocacia Geral do Estado (AGE), na Rua Espírito Santo, e da Urbel, na Avenida do Contorno. Hoje, somente o protesto da Urbel era mantido.

Os sem-teto têm sete reivindicações, entre elas a garantia de não haver desocupação forçada dos terrenos onde vivem e a regularização fundiária dos mesmos. Também querem a efetivação de projetos de infraestrutura urbana básica como fornecimento de água, luz, esgoto sanitário e pavimentação. Os manifestantes ainda pedem atendimento nas áreas de saúde e educação.

Batalhão de Choque se prepara na porta da Urbel, na Avenida do Contorno - Foto: Gladyston Rodrigues/EM DA Press

Ato em memória

Com a saída dos manifestantes, a Avenida do Contorno ficou fechada momentaneamente nos dois sentidos. PM desvia o tráfego pela Rua Levindo Lopes, mas há engarrafamento. A caminhada do grupo fechou o trânsito e obrigou motoristas a retornarem em canteiros centrais. Eles vão descer para a prefeitura de BH, no Centro, para fazer um ato em memória aos mortos na queda do viaduto da Avenida Pedro I, tragédia que aconteceu ontem. Logo depois dessa homenagem as família seguirão para os terrenos onde vivem.

Carros da PM seguiram os manifestantes para prevenção. Eles passaram pela Praça da Savassi, onde pararam por alguns minutos.
De mãos fdadas fecharam o trânsito, lado a lado com torcedores que aguardavam para assistir ao jogo da Seleção. Depois seguiram pela Avenida Cristóvão Colombo rumo a sede da administração municipal. Os gritos do protesto são contra o prefeito Marcio Lacerda. Grupos de outros protestos pegaram "carona" no movimento dos sem-teto e seguiram todos para a Avenida Afonso Pena.

Por volta de 17h30, manifestantes foram embora em ônibus fretados.

- Foto: Marcos Michelin/EM DA Press

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