Jornal Estado de Minas

Às vésperas da decisão no Mineirão, turistas aproveitam para conhecer entorno do estádio

Brasileiros e estrangeiros visitaram nesta sexta-feira as belezas da Pampulha e deixaram a região com ares de domingo

Igrejinha da Pampulha foi uma das atrações preferidas dos turistas - Foto: Marcos Michelin/EM/DA Press

A sexta-feira teve cara de domingo na Lagoa da Pampulha. Às vésperas da grande disputa entre Brasil e Chile pelas oitavas de final da Copa do Mundo, turistas estrangeiros, de outros estados brasileiros e do interior de Minas aproveitaram a tarde desta sexta-feira para fazer o conhecimento de área no entorno do Mineirão. Famílias belo-horizontinas também não perderam a oportunidade de apreciar o pôr do sol dourado e conviver com pessoas de várias partes do planeta. Os poloneses Adrian e Kimsitof aproveitaram o cenário da Casa do Baile para registrar a passagem deles pela capital mineira. Até as capivaras viraram atração turística.

Veja imagens dos turistas na Pampulha


Os chilenos eram a maioria na orla da lagoa, muitos deles ainda sem ingresso para o jogo. É o caso engenheiro de Santiago, Sérgio Meira, de 29, que viajou de avião com dois amigos para São Paulo e chegaram a Belo Horizonte de ônibus. “Pagamos a metade do preço dos ingressos e vamos pagar a outra metade para recebê-los a tempo do jogo”, disse Sérgio. Os três estão hospedados na Região da Pampulha e ontem se encantaram pela lagoa.
“Queremos curtir bastante Belo Horizonte. Beber, namorar e ganhar o jogo de três a zero para o Chile”, brincou Sérgio.

O engenheiro mecânico, Sérgio Ariano, de 33, é de Concepción, Sul do Chile, visita o Brasil pela terceira vez e não conhecia Belo Horizonte. “Cheguei ao Brasil há duas semanas, no dia do jogo do Chile e Austrália, e estou em Belo Horizonte desde quinta-feira da semana passada. A minha vontade era acompanhar a nossa seleção em todas as suas partidas. Já passei por Cuiabá, Rio, São Paulo e agora Belo Horizonte”, disse Sérgio, que pegou licença de 15 dias no trabalho e tem que voltar na quarta-feira. “Se o Chile passar para as oitavas de final, eu não estarei em Salvador, mas estarei torcendo lá da minha cidade. Mas, se o Chile for para a final, retorno ao Brasil de qualquer jeito”, disse o engenheiro.

Das cidades brasileiras que conheceu, Belo Horizonte é a melhor, segundo Sérgio. “Prefiro as cidades não tão grandes como São Paulo e Rio. Em Cuiabá, as pessoas são hospitaleiras, mas faz muito calor”, comentou. Ele garantiu quatro ingressos em outubro do ano passado, pelo site da Fifa, e se considera uma pessoa de sorte. “Teve chilenos pagando R$ 1,5 mil para o jogo contra a Espanha. É tudo muito caro no Rio de Janeiro e os preços em Belo Horizonte são mais em conta”, comparou. “Estive no carnaval do Rio em 2005 e no de 2009 em Salvador.
Eu já imaginava que tudo seria mais caro na Copa do Mundo”, comentou. Sérgio conta que encontrou um amigo em Cuiabá e outro no Rio de Janeiro, mas está sozinho em Belo Horizonte. A camisa do Chile ele conta que mandou para a lavanderia, para fazer bonito hoje. “Vai ser um jogo apertado. A diferença vai ser um gol e espero que seja do Chile”, aposta o engenheiro.

Os advogados Mark de Barros, de 28, e Daniel Barbosa, de 25, moram em Paris e vieram a Belo Horizonte especialmente para a Copa do Mundo. A família de Daniel é mineira e ele chegou há cerca de um mês. Ontem, ele recebeu o amigo e o levou para conhecer a Pampulha. Mark já conseguiu ingresso para o jogo de hoje e Daniel ainda está batalha para conseguir o seu. “Vamos voltar para Paris na segunda-feira, de onde vamos torcer para o Brasil conseguir o hexa”, disse Daniel.

A servidora pública de Porto Velho (RO) está em Belo Horizonte a trabalho, acompanhada de quatro amigas, e todas estão correndo contra o tempo para conseguir ingressos a tempo do jogo. As cinco alugaram uma van ontem para conhecer as belezas e o Complexo Arquitetônico da Pampulha.
Começaram pela Casa do Baile, onde conhecer um pouco da obra e da vida do arquiteto Oscar Niemeyer. “É tudo muito lindo”, disse Aline Kikuchi, de 29.

Turistas do interior de Minas também curtiram a tarde na Pampulha. A pedagoga Ana Isaura Luz, de 49, o marido e duas filhas sentaram no gramado ao lado da Igrejinha São Francisco de Assis para fazer fotos com o Mineirão ao fundo. “Planejamos a viagem desde novembro do ano passado
e compramos os ingresso do jogo no primeiro sorteio da Fifa”, disse o médico Maurício Luz, de 51. A família esteve em BH há oito anos e ontem foi dia de matar a saudade dos lugares que consideram os mais bonitos. Da Lagoa da Pampulha eles iriam para a Praça da Liberdade. “Se der tempo, ainda vamos passar no Mercado Central”, disse Ana Isaura. .