Alunos que viajaram com a pendência de aprender o idioma pretendiam inicialmente estudar em Portugal. Mas, no ano passado, o Ministério da Educação cancelou os convênios com as universidades portuguesas.
Foi nesse contexto que Nathália César Giovani, de 24 anos, matriculada no último período de biomedicina da Universidade Fumec, em BH, desembarcou na Austrália, em outubro do ano passado. A candidatura para Portugal havia sido confirmada em fevereiro mas, em 24 de abril, houve a transferência para a França. Em 12 de julho, a candidatura da França também foi cancelada e a estudante foi realocada para a Austrália, sem que precisasse fazer teste de nivelamento no Brasil. “Não conhecia nada sobre a cultura australiana, mas embarquei por ter ambições quanto ao meu futuro e por ainda confiar no órgão que tratava do assunto”, conta. A transferência foi confirmada um mês depois e, em 2 de outubro, Nathália desembarcava em terras australianas, para onde foram outros 1.244 alunos que inicialmente teriam Portugal como destino.
A garota viajou com a promessa de que teria 15 a 20 semanas de curso de inglês, mas, no início de dezembro, após nove semanas, foi informada de que teria de fazer o teste de proficiência dentro de cinco dias. “Tivemos pouco tempo de estudo em comparação com quem havia chegado em julho e faria a mesma prova. Fizemos o exame sem saber o critério de avaliação, qual a nota exigida e o motivo da antecipação”, diz.
Desde então, a estudante vive uma dor de cabeça atrás da outra, na esperança de ainda conseguir cumprir seu objetivo. “Estou lutando para ter uma formação de excelência. Estudo com o Fies (financiamento estudantil) e tentei o Ciência sem Fronteiras porque era o meu sonho fazer intercâmbio.