Jornal Estado de Minas

Praça da Assembleia ficará fechada até 2015 para obras de requalificação

Projeto contempla a criação de um novo playground e um espaço para lazer e sociabilidade de idosos, enquanto os jardins projetados por Burle Marx, tombados pelo patrimônio histórico, serão preservados

Gustavo Werneck Pedro Cerqueira

Empresa que venceu licitação está medindo o espaço para colocar tapumes: intervenções começam em 15 dias - Foto: EULER JÚNIOR/EM/D.A PRESS

Três anos depois de moradores do Bairro Santo Agostinho e frequentadores da Praça Carlos Chagas, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, opinarem sobre a reforma do espaço público que abriga a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), vai começar, finalmente, o projeto de requalificação do local. Ontem, equipe da empresa de engenharia responsável pelo serviço deu a largada nos serviços topográficos na área de 33,7 mil metros quadrados e, segundo a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), a ordem de serviço foi assinada sexta-feira, tendo a construtora o prazo de 10 a 15 dias para iniciar a intervenção, com colocação de tapumes, demolições etc.

O começo das obras ocorre quando faltam apenas nove dias para a Copa do Mundo e 11 para a primeira partida na capital. A previsão é de fechamento, durante nove meses, do espaço mais conhecido como Praça da Assembleia. Segundo a Sudecap, o início somente agora da execução do projeto se deve ao trâmite do processo de licitação, não havendo qualquer sentido de proteção, da sede do Legislativo mineiro, contra possíveis manifestações populares durante a Copa’2014.

O projeto de requalificação contempla a criação de um novo playground e um espaço para lazer e sociabilidade de idosos, enquanto os jardins projetados por Burle Marx, tombados pelo patrimônio histórico, serão preservados. O acesso à Igreja de Nossa Senhora de Fátima será mantido por todo o período da obra, assim como a circulação de pedestres no entorno da praça. Há possibilidade de mudanças no trânsito da região, como a transferência do ponto de ônibus da praça na Avenida Olegário Maciel e a interdição da via que interliga as ruas Rodrigues Caldas e Martim Carvalho.

O comerciante Francisco Elias Felix, de 58 anos, trabalha com seu carrinho de balas na praça há 30 anos e conta que todos os frequentadores do espaço sabem da reforma. “Aqui está um desleixo e precisa mesmo dessa mudança. Para mim, especificamente, vai ficar difícil, pois trabalho todos os fins de semana e agora vou ficar só com o dinheiro que faturo, de segunda a sexta, numa escola próxima, conta Francisco.

Já a funcionária pública Liliane Tavares Oliver, de 36, sabia da reforma, mas não imagina que seria tão rápido.
“Sou vizinha da praça, venho caminhar três vezes por semana e todo fim de semana trago meus sobrinhos para brincar ao ar livre. Esse espaço vai me fazer falta”, explica Liliane.

A área deverá ser entregue à população em fevereiro de 2015. A reforma está sendo financiada pela ALMG e executada pela PBH, via Sudecap. O projeto foi concebido a partir de uma pesquisa feita com moradores e frequentadores da praça, assim como integrantes da Associação de Moradores do Bairro Santo Agostinho. Ao todo foram colhidas 6 mil sugestões a partir de junho de 2011.

 

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