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Estado de Minas

Afogamento de menino em Contagem alerta para o perigo em piscinas

Criança de 3 anos e 10 meses morreu afogada na piscina do condomínio onde morava, em Contagem


postado em 03/06/2014 06:00 / atualizado em 03/06/2014 07:42

Criança foi levada de helicóptero para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, mas não resistiu. Condôminos cobram mais segurança no local (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Criança foi levada de helicóptero para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, mas não resistiu. Condôminos cobram mais segurança no local (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

A morte do garoto Theo Franco Vasconcelos, de 3 anos e 10 meses, que se afogou na tarde do domingo na piscina do Condomínio Jardim de Nápoles, no Bairro Cabral, em Contagem, Grande BH, soou como um alerta para a segurança. O menino foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros minutos após o afogamento, chegou a ser reanimado e internado no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII. O acidente ocorreu por volta das 16h do domingo e, ontem, a família foi informada de que ele não havia resistido. Ainda chocados com o caso, moradores do condomínio cobram medidas eficientes que evitem acidentes e lembram que esse não foi o primeiro acidente. Bombeiros fazem recomendações que podem salvar vidas.

Um dos alertas é a colocação de barreiras físicas na área da piscina para evitar a entrada de crianças ou adolescentes desacompanhados. Estatísticas do Corpo de Bombeiros mostram que afogamentos estão entre as principais causas de morte de menores. De acordo com o tenente Pedro Henrique Melgaço, chefe da sessão de Comunicação do 3º Batalhão de Bombeiros Militares, devem ser instaladas grades, cercas ou telas que bloqueiem o acesso. Ele ressalta que, em qualquer aproximação de crianças, idosos ou até mesmo adultos nessa área, deve ser feita de forma supervisionada.

“A pessoa pode ser um exímio nadador, mas pode sofrer uma câimbra, um mal súbito ou bater a cabeça e precisar de ajuda. No caso das crianças, a supervisão é ainda mais importante”, afirma o tenente. Segundo ele, o uso de bóias, preferencialmente as de braço, são fundamentais. Além de um trabalho de conscientização das crianças sobre o perigo de afogamento, os pais devem matricular os filhos desde bem cedo em escolas de natação, o que pode evitar acidentes.

O condomínio onde Theo morava atendia a algumas das recomendações do Corpo de Bombeiros, como a grade de proteção e o sistema de câmeras. Ainda assim, eles não foram suficientes para evitar o afogamento. De acordo com um condômino que pediu para não ser identificado, a área da piscina tem uma grade, mas que não é eficiente para conter a passagem de crianças e adolescentes. “O portão fica sempre aberto e qualquer um pode passar quando quiser”, disse. Ele lembra que há cerca de 5 anos, durante uma festa de confraternização, ele se descuidou por um minuto do filho e ouviu o barulho do menino de 1 ano e meio caindo na água. “Quando assustei, ele já estava afundando. Pulei imediatamente e o peguei no fundo da piscina”, contou.

Ele explica que após comunicar o fato à administração do condomínio, foram instaladas câmeras de monitoramento no residencial, inclusive na área de lazer. “Questionei na época porque câmeras não impedem uma criança de cair na piscina ou mesmo um adulto de se afogar. Mas disseram que tudo seria monitorado pelo porteiro e que ele viria tirar a criança, em caso de acidente. Com o Theo isso não funcionou”, disse. O morador afirmou que a alegação da administração é de que o porteiro é novato. “O que sei é que câmera só não funciona. Poderia ter sido com meu filho. Infelizmente foi com o Theo. Estamos todos muito tristes e chocados. Mas isso não pode se repetir”.

SOCORRO  Informações colhidas com outros moradores do condomínio dão conta de que Theo brincava com um amigo, de 2 anos e 9 meses, próximo à borda da piscina e que os dois teriam passado justamente pelo vão da cerca para chegar ao local. “O mais novo contou que eles jogavam pedrinhas na água e que o Theo escorregou. Ele disse ter gritado para o amigo bater os braços e que chegou a jogar um chinelo para evitar o afogamento. Depois passou novamente pela cerca e foi buscar socorro”, conta a fonte que também pediu para não ser identificada. Os primeiros socorros foram prestados ainda na borda da piscina por uma médica que reside no condomínio, até que os bombeiros chegassem. Depois de ter sido socorrido e levado em uma ambulância de suporte avançado até uma praça próxima ao condomínio, onde foi estabilizado, Theo foi transferido no helicóptero do Corpo de Bombeiros para o João XXIII.

Também moradora do condomínio, a advogada Eliete Pinto de Miranda, de 47 anos, conta como foram os momentos de pânico após o afogamento. “Foi uma gritaria enorme, um desespero. Meus filhos não dormiram à noite. Estão impressionados com a cena dos choques que os bombeiros deram no Theo na tentativa de reanimá-lo. Está todo mundo muito triste”, afirma. Eliete também critica a instalação de câmeras para evitar acidentes na piscina e cobra medidas mais eficientes. A administração do condomínio foi procurada, mas ninguém foi localizado.

COMO EVITAR AFOGAMENTOS

  • Instale barreiras de proteção para evitar a passagem de crianças desacompanhadas
  • Crianças, idosos ou mesmo adultos que sabem nadar devem estar sempre supervisionados enquanto estiverem na água
  • Coletes salva-vidas ou bóias devem ser sempre usados por crianças, mesmo se souberem nadar
  • As crianças devem ser matriculadas desde muito novas em escolas de natação para aprenderem a nadar
  • Os pais devem conscientizar os filhos sobre os perigos do afogamento
  • Câmeras de videomonitoramento podem ajudar a evitar acidentes, desde que sejam permanentemente observadas


(foto: Anônimo - 10/1/14)
(foto: Anônimo - 10/1/14)
Morte no Jaraguá

A morte da menina Mariana Silva Rabelo de Oliveira, de 8 anos, completa hoje cinco meses e o inquérito policial que apura as circunstâncias e responsabilidades deve ser concluído na segunda quinzena deste mês. Em 3 de janeiro, a menina brincava numa das piscinas do Jaraguá Country Club, na Pampulha, em Belo Horizonte, quando teve seu cabelo sugado pela tubulação do toboágua. Apesar de socorrida, ela morreu no dia seguinte. Laudo do Instituto de Criminalística da Polícia Civil apontou erro na instalação do duto de sucção. O delegado Thiago Pacheco, responsável pelo caso, informou que o inquérito ficou parado por 90 dias na Justiça. Segundo ele, faltam alguns depoimentos para conclusão das apurações. Há possibilidade de que dirigentes e funcionários do clube sejam indiciados até mesmo por homicídio com dolo eventual, além de omissão de socorro.

 


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