Jornal Estado de Minas

Cerca de 60 mil policiais e bombeiros farão a segurança durante a Copa em Minas

Homens usarão equipamentos e armas inéditos no estado e prometem ainda nova estratégia de atuação em manifestações

Tiago de Holanda

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Minas Gerais terá cerca de 60 mil policiais militares e civis e bombeiros fazendo a segurança durante o Mundial. Belo Horizonte, a região metropolitana e Sete Lagoas (onde ficará a seleção do Uruguai) contarão com 17.627 agentes. Serão 12.185 policiais militares, incluindo 2.865 integrantes do Batalhão Copa. O efetivo terá à disposição equipamentos e armas de uso inédito no estado e atuará sob nova estratégia em relação à Copa das Confederações, no ano passado, a fim de evitar violência, inclusive a depredação do patrimônio em eventuais manifestações. O Plano de Segurança e Saúde para o Mundial, parceria entre o governo estadual e a prefeitura de BH, foi anunciado ontem pela secretário de Estado de Turismo e Esportes, Tiago Lacerda.

Foram investidos R$ 49 milhões na aquisição de equipamentos e armas para a PM, segundo o gestor estratégico da corporação para a Copa do Mundo, coronel Leandro Bettoni. Uma das novidades é um kit antibomba, que custou R$ 4 milhões. Outros R$ 8 milhões foram gastos na implantação de dois centros integrados de comando e controle móveis, carretas que permitem a operação de câmeras de monitoramento, diretamente ligadas ao Centro Integrado de Comando e Controle, na Cidade Administrativa. Durante o torneio, os trabalhos do centro poderão ser acompanhados por representantes de embaixadas estrangeiras.

A PM também definiu mudanças nas estratégias usadas durante a Copa das Confederações.

Um dos objetivos é evitar que vândalos destruam equipamentos públicos e depredem estabelecimentos privados, como ocorreu em passeatas no ano passado. Os maiores prejuízos foram registrados por concessionárias de carros e agências bancárias na Avenida Antônio Carlos. “A grande mudança de estratégia diz respeito à atuação da PM em manifestações públicas e em situações de crise. Esses dois eixos ainda estavam em desenvolvimento no ano passado, mas agora estão fechados”, afirmou Bettoni, sem dar detalhes da nova estratégia.

Na 6ª Delegacia Regional, no Bairro Alípio de Melo, Região Noroeste de BH, para onde serão levadass pessoas detidas em protestos, as ocorrências poderão ser acompanhadas por representantes da Defensoria Pública, do Ministério Público e da seção mineira da Ordem dos Advogados do Brasil.

Apesar da preocupação com atos de violência em manifestações, o secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz, acredita que eventuais protestos não terão a mesma força dos registrados em 2013. “Estamos prevendo que não teremos um perfil nada parecido com o que ocorreu no ano passado, quando jovens e famílias foram para as ruas. O que tem sido visto é que esses eventos estão com bem menos pessoas, principalmente representantes de entidades de classe e movimentos mais radicais e sectários”, disse. “Essas manifestações, se ocorrerem, ficarão restritas a esses grupos isolados”, acrescentou. Por enquanto, ele não considera necessário pedir reforço a forças federais de segurança.

Ferraz considera justificável o fato de concessionárias de carros na Antônio Carlos estarem montando estruturas temporárias para se proteger da ação de vândalos, que em 2013 causaram prejuízo estimado em R$ 18 milhões a empresas na região. Uma delas chegou a alugar 24 contêineres, com 2,25 toneladas cada, para compor uma espécie de muralha de ferro em sua fachada. “Do ponto de vista do que ocorreu durante a Copa das Confederações, é natural que os empresários tomem as medidas que entendem cabíveis, mas o estado não se furta a fazer a proteção do patrimônio privado, sobretudo na Antônio Carlos”, disse o secretário.

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