Jornal Estado de Minas

Entidades cobram ações emergenciais na bacia do Rio São Francisco

Mateus Parreiras
A situação dramática de toda a extensão da bacia do Rio São Francisco, castigada com a falta de água e seca prolongada, motivou organizações de defesa e regulação a denunciar e cobrar ações emergenciais ontem, na Câmara dos Deputados.
Em Minas Gerais, o relatório preparado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica (CBH) do Rio São Francisco mostra impactos devastadores desta que é considerada pela entidade a “pior seca dos últimos 50 anos” e que afeta o abastecimento humano, a criação de animais, a produção de energia, as atividades industriais, a pesca e o meio ambiente.

Ativistas e indígenas compareceram em grande número à Câmara, mas nenhum compromisso foi firmado ainda pelos deputados, ficando acertadas novas negociações. Hoje, a CBH lança a campanha “Eu viro carranca para defender o Velho Chico”, para promover, em 3 de junho, o Dia Nacional em Defesa do Velho Chico.

Integrante da CBH do Alto Rio São Francisco e presidente do Consórcio do Lago de Três Marias, Sílvia Freedman, disse que a situação em Minas já é de calamidade. O reservatório de Três Marias chegou neste mês a 16% do volume total, metade do nível que registrou em 2001, na época do apagão. Pelo relatório apresentado por ela, a falta de água no rio e em seus afluentes tornou a captação para abastecimento humano impossível em Pirapora. E ainda comprometeu o bombeamento nas cidades acima da barragem de Três Marias, sujeitando municípios a racionamento e medidas emergenciais, obrigou as bombas de captação a avançarem leito adentro em muitos municípios e paralisou o Projeto Jaíba e o plano de irrigação de Pirapora.


“Queremos que a situação das nascentes seja debatida, que mais opções de abastecimento sejam exploradas, algumas outorgas sejam revistas e a vazão do rio regulada nos barramentos para que não prejudique as comunidades que precisam dessa água para beber, mas não ao ponto de criar desemprego”, disse Sílvia..