Missionário de uma igreja protestante, Jorge Rodrigues chegou ao Brasil em maio de 2010 para pregar. O visto dele era válido até 3 de agosto daquele ano, mas ele permaneceu no país até o ano seguinte. Pela internet, o espanhol conheceu uma belo-horizontina que morava no Rio de Janeiro e os dois começaram a se relacionar. O casal se encontrou na capital mineira e em 1º de setembro de 2011 ele sumiu após levar a namorada até a rodoviária do Centro.
O corpo do religioso foi achado em uma vala atrás do Aeroporto Internacional Tancredo Neves ainda em chamas.
O homem revelou para Henrique que pretendia ficar no Brasil para casar e ter uma família, mas seu visto havia vencido. O estelionatário passou a enganá-lo, pedindo dinheiro para providenciar documentos, mas o material entregue era falso. A vítima começou a desconfiar e pressionou Henrique.
Conforme as investigações, ele e Jorge se encontraram pouco depois da ida à rodoviária, ainda no Centro. A suspeita é de que ele tenha agredido o espanhol e o levado, desacordado ou muito ferido, para Confins, o atirou em uma vala e ateou fogo ao corpo do homem ainda vivo. Oito dias depois do crime. A Polícia Civil recebeu uma denúncia do hotel onde Jorge estava hospedado no Centro dizendo que o cliente havia desparecido, deixando tudo para trás.
Alguns meses depois, os investigadores cruzaram informações e surgiu a suspeita de que o corpo carbonizado em Confins pudesse ser de Jorge Rodrigues, o que foi confirmado com um exame de DNA com familiares das vítima, que já haviam contatado a polícia na Espanha. A polícia também apurou que Henrique Gomes esteve em Confins no dia do crime. A prisão temporária dele foi decretada em março deste ano.
GOLPES De acordo com a Polícia Civil, Henrique negou participação no crime no dia da prisão, mas todas as provas da equipe de investigação mostravam o contrário. Ele já tinha envolvimento em outros golpes, como vendas de veículos que não eram entregues e outros casos envolvendo imóveis, tudo acobertado por parentes. A polícia estima que ele pode ter extorquido R$ 40 mil apenas do missionário espanhol. Ele também tem várias passagens por uso de documento falso. Henrique deve responder por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver, estelionato e falsificação de documento público. Durante a apresentação na manhã desta segunda-feira, ele disse que só falaria em juízo. A prisão de Henrique já foi convertida para preventiva. .