Jornal Estado de Minas

Grande BH

Polícia ainda não tem pistas sobre armas levadas da Central de Escoltas em Neves

Seds não informou o andamento da situação, alegando que as investigações estão em fase inicial

Junia Oliveira Landercy Hemerson

Continua um mistério o roubo de armas da Central Integrada de Escoltas de Ribeirão das Neves, na Grande BH.

Mais de uma semana depois de ladrões invadirem o local e levarem 39 pistolas ponto 40 e seis submetralhadoras de mesmo calibre, além de cerca de 1,2 mil cartuchos de munição, a polícia ainda não deu mostras de ter solucionado o caso. A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) não informou o andamento da situação, alegando que as investigações estão em fase inicial e, por isso, a divulgação de qualquer dado pode atrapalhar o andamento delas.

O roubo das armas foi detectado na manhã de 24 de março, durante a troca de turno. Agentes que chegaram para trabalhar encontraram colegas dormindo e outros passando mal. Quando verificaram a sala de armas, perceberam o desfalque. A suspeita é de que os colegas tenham sido dopados. Os nove agentes que estavam no local foram afastados por um prazo de 30 dias, prorrogáveis por mais um mês, por determinação do secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo de Carvalho Ferraz.


A Corregedoria da Seds também mantém as apurações de possíveis desvios de condutas de funcionários, conforme nota publicada pela assessoria da secretaria. O texto acrescenta que, de acordo com Rômulo Ferraz, “essa medida visa assegurar a transparência das investigações e resguardar a integridade dos próprios agentes penitenciários”. O governador Antonio Anastasia comentou, semana passada, que não descartava o envolvimento de agentes na ação.

Os agentes que estavam no local no momento do crime foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML). O resultado dos exames que vão mostrar se houve ingestão de algum produto responsável por afetar o estado de saúde deles deve sair no fim deste mês. Os alimentos ingeridos também serão analisados pela Polícia Civil. A alimentação entregue aos agentes vêm em marmitas distribuídas pela empresa Stillus, que pertence à família Perrella, e ganhou licitação para o serviço. A Polícia Militar disse, no entanto, que um suco e uma salada de frutas, levados por um dos agentes de plantão e consumidos por todos eles, poderia ter causado o problema.

Rumores

Nessa segunda-feira, o presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária de Minas Gerais (Sindasp), Adeilton Souza Rocha, negou que um dos agentes tenha fugido ou desaparecido, conforme rumores que circularam na semana passada. E afirmou que o profissional esteve na central de escoltas na sexta-feira. A Seds informou que não há registros de desaparecimento.

Rocha descartou ainda que qualquer prisão tenha sido decretada, conforme rumores que circulam nas resdes sociais desde o fim de semana, inclusive com imagens de quatro pistolas e dois fuzis. Uma fonte policial informou que os tipos de armas que constam nas imagens não faziam parte do arsenal roubado.

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