Jornal Estado de Minas

Possíveis modificações em imóveis na Vila Biribiri preocupam o Ministério Público

O órgão expediu uma recomendação à empresa dona das propriedades para que a preservação seja mantida

A Vila do Biribiri é composta de residências, igreja e outras edificações que serviam às pessoas que trabalhavam na antiga fábrica de tecidos que atuou na região até 1973 - Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

A venda de imóveis e terrenos na Vila do Biribiri, em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, preocupa o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O órgão constatou que os futuros donos das propriedades estariam dispostos a promover a descaracterizações dos bens tombados. Uma recomendação foi expedida e entregue à empresa proprietária do local.

A Vila do Biribiri é composta de residências, igreja e outras edificações que serviam às pessoas que trabalhavam na antiga fábrica de tecidos, que funcionou no local por quase cem anos, de 1877 a 1973. A Vila, bem como seu entorno, são tombados pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha).

De acordo com a Promotoria de Justiça de Meio Ambiente das Bacias dos Rios Jequitinhonha e Mucuri, algumas irregularidades foram encontradas nas vendas dos imóveis. Conforme o promotor Felipe Faria de Oliveira, “foi possível constatar que a atual proprietária da área está realizando a venda individualizada das edificações e lotes que compõem a vila sem observar qualquer dos dispositivos legais incidentes. Além disso, há documentos demonstrando que os futuros adquirentes pretendem promover descaracterizações dos bens tombados sem a anuência do Iepha, contrariando frontalmente a legislação”.

O promotor explica que os próximos passos serão a verificação de eventuais danos já causados ao patrimônio cultural da vila, bem como a adoção das providências necessárias para a sua recuperação.
.