Jornal Estado de Minas

Reservatório de fábrica de sucos é interditado na Zona da Mata

Tiago de Holanda
Tanque de rejeitos em Astolfo Dutra está sob risco de rompimento - Foto: CORPO DE BOMBEIROS/DIVULGAÇÃO

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) interditou um tanque de rejeitos de uma fábrica de sucos em Astolfo Dutra, na Zona da Mata, depois de constatar risco de rompimento e escoamento para o Rio PombaA estrutura tem trincas e está instalada em uma encosta com possibilidade de deslizamentoO órgão determinou a interrupção de atividades e esvaziamento do reservatório até a conclusão da obra de recuperação do taludeA Bela Ischia Alimentos, empresa que opera a fábrica, informou que está bombeando os resíduos para outro tanque.

A fábrica funciona às margens da MG-285, na altura do km 177Os rejeitos são tratados em três tanques e despejados no Rio PombaO tanque interditado faz a equalização, o primeiro passo do processo de tratamentoA pedido da Bela Ischia, um técnico da Semad vistoriou o local no dia 3 e constatou que a encosta onde fica o reservatório tem trincas e erosõesApós as obras de recuperação do talude, um responsável técnico deverá apresentar laudo atestando a estabilidade do terreno.

Até o tanque ser liberado, o resíduos serão bombeados diretamente para o segundo tanque do processo de tratamento, o de aeração, que deverá ter capacidade ampliadaDurante 30 dias, a empresa deverá monitorar semanalmente a composição dos efluentes em três pontos: entrada e saída no reservatório e lançamento no rio.

Apesar das providências adotadas, a Semad afirmou que um eventual vazamento dos resíduos não contaminaria o curso d'águaA vazão é de 96 metros cúbicos por segundo e alto poder de diluir os efluentes, já que o tanque de equalização tem capacidade de 5 mil metros cúbicos.

Em nota, a Bela Ischia disse que o tanque de equalização está sendo esvaziado e os rejeitos levados para tratamento nas demais etapas do sistemaA empresa informou também que análises preliminares demonstraram que o sistema continua funcionando com eficiência.

A pedido do Corpo de Bombeiros, que também vistoriou o local, a fábrica pôs lonas sobre a encosta, para evitar infiltração de água de chuva, o que pode aumentar o risco de deslizamento
O talude tem cerca de 30 metros de altura, segundo o capitão Patrick Tavares Gomes, comandante da 3ª Ciade UbáEle criticou o sistema de drenagem do terreno"Percebemos ineficácia, diante da incidência de fortes chuvas nos últimos diasA empresa apenas buscou diminuir a inclinação do talude e cobri-lo com grama".