Jornal Estado de Minas

Polícia começa a investigar morte de menina que teve cabelo sugado por ralo de piscina


As circunstâncias da morte da menina Mariana Silva Rabelo de Oliveira, de 8 anos, começam a ser investigadas nesta segunda-feira pela Delegacia de Polícia de Venda Nova. Logo depois da ocorrência de afogamento da criança, sugada pela tubulação do toboágua de uma das piscina do Jaraguá Country Club, na Pampulha, na sexta-feira, peritos da Polícia Civil fizeram os primeiros levantamentos e a área foi isolada. No dia seguinte, depois de confirmada a morte da garotinha, novas avaliações foram feitas no equipamento de sucção de água. No decorrer das apurações devem ocorrer novas perícias, com simulações de como foi o acidente no brinquedo.



Nesse domingo o clube funcionou normalmente, mas a piscina do toboágua permaneceu interditada e deve ser liberada somente depois que a polícia concluir os levantamentos. Do lado de fora, amigos da família da menina se manifestaram por meio de uma faixa com a inscrição “luto” na praça em frente à portaria principal do Jaraguá. À tarde, um pastor evangélico realizou uma rápida cerimônia no entorno da piscina em que Mariana se afogou, com a participação de mais de 50 pessoas de mãos dadas.

O laudo das análises das condições de instalação do equipamento deve ser concluído em até 20 dias. O perito Rodrigo Câmara, da área de engenharia estrutural do Instituto de Criminalística, é o responsável pelos levantamentos. Ele adiantou ao Estado de Minas que há a possibilidade de que o tubo de sucção que bombeia água para o brinquedo esteja fora da posição ideal. O tubo fica à meia altura da parede da piscina, na direção de saída do toboágua, abaixo do equipamento. A norma NBR 15926-5, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que regulamenta a instalação de brinquedos em parques aquáticos, é que servirá de parâmetros para apontar nas investigações possíveis irregularidades.

HONRAS MILITARES

O subtenente da Polícia Militar Márcio Henrique Evangelista, de 46 anos, foi enterrado no fim da tarde de ontem com honras militares em Lavras, no Sul de Minas. Márcio morreu no sábado, depois de entrar no Rio Grande e salvar três banhistas que se debatiam na água. O militar estava de folga numa área de camping na zona rural de Itutinga, na mesma região, quando percebeu as pessoas sendo levadas pela correnteza do rio. O subtenente foi resgatado e levado para uma unidade de saúde da cidade, mas não resistiu.

Márcio Evangelista trabalhava na área administrativa da 6ª Companhia de Meio Ambiente e Trânsito Rodoviário em Lavras. Tinha três filhos adultos e três netos. Iria se reformar em março. Sua morte causou grande comoção na cidade, principalmente entre os colegas de farda.

O forte calor em boa parte do estado aumentou o movimento de banhistas em lagos, rios e represas, com o consequente crescimento no número de afogamentos. Entre o dia 31 e a tarde de ontem foram registradas pelo menos 22 mortes. Somente no fim de semana foram sete corpos resgatados por militares do Corpo de Bombeiros.