Jornal Estado de Minas

Cidade de Mantena está na lista da destruição pela chuva

Jorge Macedo - especial para o EM
Gustavo Werneck

- Foto: Gil Leonardi / Imprensa MG

Outra cidade do Leste de Minas foi castigada pelas fortes chuvasMantena, a 450 quilômetros de Belo Horizonte, sofreu estragos na noite de Natal e madrugada de ontemHá centenas de desabrigados e as redes de telefonia fixa e celular estão interrompidasDe acordo com a Coordenadoria Estadual da Defesa Civil (Cedec), Minas já tem 78 municípios atingidos, dos quais 34 em situação de emergência; 6.959 pessoas desalojadas e 2.460 desabrigadas; 116 casas destruídas, 60 feridos e 18 mortos“A previsão é de que as águas do Rio Doce e córregos da bacia baixem nos próximos diasA preocupação, agora, é com a saúde da população, de forma a evitar doenças, pois há muito barro nas ruas”, disse ontem o chefe do Gabinete Militar do governador e coordenador da Cedec, coronel Luís Carlos Dias MartinsO governador Antonio Anastasia sobrevoou ontem Governador Valadares, Aimorés, Resplendor, Itueta e Mantena, e deve voltar hoje à regiãoTambém é esperada a visita da presidente Dilma Rousseff.

Já em Juiz de Fora, na Zona da Mata, de acordo com bombeiros, o deslizamento de uma encosta na noite de quarta-feira atingiu moradias no Bairro Jardim Natal, onde estavam duas mulheresMaria Helena Marta, de 50 anos, foi resgatada e encaminhada com ferimentos ao hospital de pronto-socorro da cidadeMas no começo da madrugada de ontem foi encontrado o corpo de Maria Conceição Aparecida do Nascimento, também de 50 anosEm Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, 24 casas foram interditadas, com retirada de famílias em situação de risco


Depois de vários dias consecutivos de chuva, a quinta-feira de sol permitiu que prefeituras fizessem levantamentos dos danos causados por enchentes e deslizamentos de terra, resgatassem pessoas que estavam ilhadas havia vários dias e convencessem famílias a sair de áreas de risco“Foi possível tomar essas providências, mas os danos são muitos”, disse o coronel Martins, realçando que enquanto o Espírito Santo registrou acumulado de 750mm de chuvas, Governador Valadares teve 800mm e Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, 900mm“Estamos trabalhando para socorrer os moradores atingidos e é importante que, mesmo com o sol aparecendo, eles não voltem para regiões de risco”, disse o coronel.

Depois de sobrevoar os municípios atingidos e ver os danos, o governador Anastasia determinou um esforço conjunto dos órgãos estaduais para apoio imediato à população atingida“A primeira coisa a se fazer agora é dar assistência, com cestas básicas, camas, colchões e água potávelÉ uma situação que já está atendida desde o primeiro dia e há um controle por parte da Defesa CivilDepois vem o processo mais complexo, que é o de reconstruçãoO hospital de Aimorés, por exemplo, vai precisar ser praticamente reconstruídoVamos fazê-lo em parceria com a prefeitura”, afirmou Anastasia.    

Com a expectativa de que haja uma estiagem nos próximos dias, será possível, segundo Anastasia, fazer uma avaliação do prejuízo causado pelas águas“Após as águas baixarem, temos que iniciar o processo de identificação de quais são os pontos críticos: na zona rural, quais pontes caíram, qual a recuperação das vias urbanas mais urgentes, em termos de rodovias, ou seja, um conhecimento que já existe por parte de nossa Defesa CivilE, é claro, vamos alocar recursos do estado e também solicitar recursos do governo federal”, explicou o governador.    

MAQUINÁRIO O coordenador da Defesa Civil municipal de Aimorés, Jorge Luiz Silva, informou que o dia de sol permitiu uma visão mais clara da situação
“Fizemos novos levantamentos e vamos precisar principalmente de máquinas para recuperar estradas, pontes e outras estruturas.” Segundo o coronel Martins, já foram feitos contatos com o Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER/MG) e com empresa do setor para atender as demandas dos municípios da Região LesteJorge Silva disse que um helicóptero da Polícia Militar resgatou 10 pessoas que estavam na zona rural e sem contato desde o dia 21, devido à cheia de córregosO coordenador da Defesa Civil de Governador Valadares disse que o dia ontem foi mais tranquilo e que a esperança é de que as águas do Rio Doce baixem gradativamente.