Jornal Estado de Minas

Perrella quer que piloto também responda por roubo de helicóptero flagrado com drogas

O deputado estadual Gustavo Perrella (SDD) diz que não autorizou o uso da aeronave no fim de semana. Parlamentar afirma que ficou sabendo do caso pela imprensa

João Henrique do Vale Daniel Camargos
Quatro pessoas foram presas dentro do helicóptero no interior do Espirito Santo - Foto: Polícia Militar do Espírito Santo/Divulgação

O deputado estadual Gustavo Perrella (SDD) afirmou, na tarde desta segunda-feira, que o piloto de seu helicóptero, que foi apreendido nesse domingo com mais de 400 quilos de cocaína em uma operação da Polícia Militar com o apoio da Polícia Federal do Espírito Santo, vai responder criminalmente, também,  pelo roubo da aeronave, já que não foi autorizado Na coletiva, realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o parlamentar disse que ficou sabendo do caso através da imprensa

De acordo com Perrella, um boletim de ocorrência foi feito pela família dele retratando o roubo da aeronaveO parlamentar informou que o voo só poderia ser feito a partir da autorização dele, o que não aconteceuA aeronave, segundo ele, era utilizado apenas para o transporte de Gustavo e de familiares

O deputado também confirmou que contratou o piloto há cerca de um ano com a indicação de um amigo que mora em CampinasEle disse que não sabe se o piloto foi coagido ou se fez o transporte por conta própriaMas o considera como “um criminoso como outro qualquer e que vai responder por isso”

Foram encontrados aproximadamente 400 quilos de cocaína na aeronave - Foto: Polícia Militar do Espírito Santo/DivulgaçãoO helicóptero da Limeira Agropecuária - empresa do deputado estadual Gustavo Perrella, filho do senador Zezé Perrella (PDT), foi interceptado em uma propriedade perto do distrito de Ibicaba, próximo à cidade de Afonso Cláudio, no interior do Espírito SantoA fazenda estava sendo vigiada pela Polícia Militar da região que estranhou a movimentação de pessoas de fora da cidade.

“Começamos a monitorar a comunidade de agricultores após surgir informações que a fazenda foi comprada por um preço três vezes maior do que valiaO local também era frequentado por pessoas de fora da região, e isso nos chamou a atenção”, explica o major Flávio Pereira Santiago, comandante da 2ª Companhia Independente da Polícia Militar


Os militares, descacterizados, começaram a operação na última semanaNa quinta-feira, flagraram uma picape  transportando uma galão de combustível“Estranhamos a situação e suspeitamos que seria usado em aeronavesTambém começou a surgir comentários na comunidade sobre o casoPor isso, decidimos intensificar as apurações”, comenta o major

No domingo de manhã, um helicóptero foi flagrado sobrevoando a região e em seguida desapareceu em uma mataOs militares conseguiram flagrar a aeronave em uma clareira apenas depois que um policial subiu em uma árvore alta“Por volta das 17h, pedimos apoio do serviço aéreo da PM que também conseguiu localizar o helicópteroFlagramos os homens descarregando a aeronave e percebemos que se tratava de muita drogaPor isso, entramos em contato com a Polícia Federal para nos dar apoio”, comenta o comandante


Com a chegada da PF, quatro pessoas foram presas em flagranteO piloto e o co-piloto foram flagrados dentro da aeronave e outros dois homens fazendo o carregamento de um Polo com aproximadamente 400 quilos de cocaínaTambém foram encontrados aproximadamente R$ 18 mil em dinheiro “No momento da prisão, tivemos que esperar a aeronave desligar, pois o motor estava ligado e, se a gente aborda neste momento, eles poderiam apenas levantar voo”, afirma o major

Foram presos o piloto Rogério Almeida Antunes, de 36 anos, que é natural de Campinas, São Paulo, o co-piloto Alexandre José de Oliveira Júnior, de 26 anos, o comerciante Róbson Ferreira Dias, de 56, e Everaldo Lopes de Souza, de 37

Conforme a PM, somente o piloto quis comentar o assunto“Ele disse que veio de São Paulo e que o helicóptero foi fretado para ir até o Espirito SantoSegundo ele, quem fez a reserva da viagem foi o co-piloto e os dois receberiam R$ 60 mil cada umTambém informou que não sabia a carga que transportava e que sempre fazia este tipo de frete”, explicou o major