Jornal Estado de Minas

Prefeito apresenta projeto de adensamento urbano para deputados estaduais

Projeto permite adensamento em área de 25 quilômetros quadrados na capital. O objetivo é direcionar o crescimento da cidade para regiões no entorno do metrô e do Move - sistema rápido por ônibus (BRT)

João Henrique do Vale
A operação urbana consorciada (OUC) que propõe a reestruturação das avenidas Antônio Carlos, Pedro I e as avenidas dos Andradas e Tereza Cristina e ainda a Via Expressa, foi apresentada na tarde desta terça-feira pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG)
A requalificação das vias teria como objetivo direcionar o crescimento da cidade para regiões no entorno do metrô e do Move – sistema rápido por ônibus (BRT)

Ao todo, o projeto propões a reestruturação de aproximadamente 25 quilômetros quadrados ao longo das avenidas Antônio Carlos, Pedro I, avenidas dos Andradas, Tereza Cristina, e Via Expressa“Uma tendência mundial hoje é você organizar o crescimento, planejar o crescimento em torno dos grandes eixos de transporte público de massaNo entorno das linhas do metrô, nos corredores do BRT e das estações, você faz um planejamento de uso misto habitacional, comercial, áreas de lazer e de esporte, que façam com que as pessoas possam viver, trabalhar e se divertir no entorno sem ter se deslocar muitoCom isso, resolvemos o problema de mobilidade”, explicou o prefeito

O coeficiente de aproveitamento (CA) do terreno, cujo índice máximo atual é de 3,4, poderá chegar a 6 na área da operação, o que deve resultar na construção de prédios mais altosEm áreas com CA de 6, por exemplo, é possível construir até seis vezes a área do terrenoA prefeitura espera arrecadar cerca de R$ 4 bilhões, dos quais R$ 2,7 bilhões se destinarão a investimentos em 189 obras – como parques, praças, escolas e centros de saúde – e em 268 quilômetros de novas vias, calçadas, passarelas e ciclovias, entre outras iniciativas.

Ao ser questionado sobre o aumento da verticalização que o projeto poderia causar, Lacerda afirmou que a situação será controlada“Seria uma verticalização controlada com grandes espaços entre um edifício e outroNos locais seriam áreas de lazer, de circulação e área de convivência
Então, não é uma verticalização como que aconteceu em outras áreas da cidade que a gente sabe que com efeitos não muito benéficos”, disse

O projeto recebeu algumas críticas por parte dos parlamentares“Este é apenas o início de uma ampla discussão sobre um projeto que prevê legados e impactosPor isso, não pode ainda ser colocado em votaçãoHá regiões da cidade em que o adensamento será elevado em até seis vezesEm Barcelona e outras cidades nas quais algo desse tipo aconteceu a reestruturação foi feita em áreas mais restritasE apenas 25% dos investimentos estão previstos para mobilidade urbana”, questionou o deputado Fred Costa (PEN)

Na próxima terça-feira, será realizada uma audiência pública no Colégio Izabela Hendrix, no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul de BH, onde especialistas e comunidade poderão se inteirar sobre o projetoDois dias depois, haverá uma reunião no Conselho Municipal de Política Urbana (Compur) onde será apresentado o projeto de impacto e vizinhança