Jornal Estado de Minas

Padre é acusado de agressão em igreja no Norte de Minas

Médica disse que foi agredida pelo padre Gilmar Soares Martins, o Mazinho, depois de ter insistido em fazer um depoimento

Luiz Ribeiro
Um sacerdote católico é acusado de agredir, com arrastões e unhas, uma fiel numa igreja em Itacambira, no Norte de Minas
A médica Keila Bicalho Leão denunciou que, ao fim de uma missa na noite domingo, foi agredida pelo padre Gilmar Soares Martins, o Mazinho, depois de ter insistido em fazer um depoimentoO fato fato ocorreu na histórica Matriz de Santo Antônio, de onde ladrões levaram cinco peças sacras em fevereiro de 2012A médica registrou boletim de ocorrência na Policia Militar

Ainda na noite de domingo, segundo moradores, o padre Mazinho deixou a cidade – ele mora em Montes Claros e vai a Itacambira somente para celebraçõesOntem, ele não foi localizadoO arcebispo de Montes Claros, dom José Alberto Moura, não manifestou sobre o caso.

Keila Leão relata que decidiu ir à missa na noite de domingo“Cheguei atrasada e conversei com a moça que auxilia o padre para que eu pudesse dar um depoimento sobre acontecimentos da minha vida que revelam a presença de Deus, mas o padre alegou que não poderia fazer aquilo porque a minha fala seria muito longa”, salientou.

A médica conta que, no fim da celebração, quando o padre Gilmar Soares já tinha se deslocado para a sacristia, ela foi ao altar e começou a dar o seu depoimentoFoi nesse momento que, segundo ela, ocorreu a agressão.“O padre saiu da sacristia e começou a gritar para eu calar a boca, dizendo que estava participando de um grupo contra ele”, informou Keila, acrescentando que respondeu: “O senhor não manda em mim!”Ela explicou que, na sequência, o padre a teria agarrado e começado a arrastá-la, ferindo o seu rosto com as unhas“As pessoas interferiram e impediram que ele saísse me arrastando”, afirmou.

Keila disse que passou a conversar com algumas pessoas na porta da igreja, quando o sacerdote apareceu e começou a agredi-la novamente

“Dessa vez, ele estava sem batina.” A médica afirma que “não tinha a intenção de denunciar o padre”, mas, durante atendimento de urgência em posto de saúde, uma pessoa percebeu um sangramento no seu rostoDiante disso, viu a necessidade do registro do boletim de ocorrência da Polícia MilitarEla disse ontem de manhã, em Montes Claros, que tentou, mas não conseguiu da PM de Itacambira o número da ocorrência para exame de corpo de delito“Mas foram feitas várias fotos que mostram os sinais da agressão”, argumentou.


Na Arquidiocese de Montes Claros, uma secretária alegou que o arcebispo dom José Alberto Moura chegou ontem de viagem e que ainda não tinha se inteirado do casoNa Paróquia de Itacambira, ninguém atendeu o telefone.