Jornal Estado de Minas

PM está em alerta após incêndio de ônibus em BH

Gangue incendeia coletivo em represália a mortes em tiroteio com militares. Policiamento é reforçado na área

Jorge Macedo - especial para o EM
Juliana Ferreira

Depois de atentado cometido de madrugada, policiais levantam nomes de integrantes de quadrilha que age em bairro da Região Nordeste - Foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press.

 

A Polícia Militar reforçou o policiamento no Bairro Goiânia, Região Nordeste de Belo Horizonte, para evitar novas represálias ao tiroteio entre policiais e criminosos que terminou com três mortos e um ferido no sábadoO comando do 16º Batalhão da PM, responsável pelo patrulhamento da área, pediu apoio da Rotam e da Companhia de Cães depois que um ônibus da linha 5503 (Goiânia - Centro) foi incendiado na madrugada de ontemMilitares estão tentando identificar suspeitos de integrar a Gangue dos Ferreiros, que assumiu o ataqueO veículo foi totalmente destruído, mas ninguém se feriu.

Testemunhas contaram à polícia que o ônibus seguia pela Rua Tiziu, no Bairro Goiânia, por volta das 4h de domingo, quando quatro homens deram sinal de paradaO grupo ordenou que o motorista, o cobrador e os passageiros descessem antes de atear fogo ao veículoOs suspeitos disseram às vítimas que o incêndio foi provocado como represália à ação da PM no aglomerado, onde um adolescente e dois homens morreram após serem baleados por militaresDavidson de Almeida, de 28 anos, conhecido como Popó, morreu no localF.C.C.J, de 17, e Liomar Henrique de Oliveira da Luz, de 24, foram socorridos no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, mas não resistiramO quarto ferido, Edgar Faria de Azevedo, 19, continua internado na unidade, em estado estável, sob escolta

Os quatro atingidos no confronto tinham passagem por roubo a casas, sequestro relâmpago e tráfico de drogasEles eram monitorados pela PM, por suspeita de chefiar a venda de entorpecentes na região

Recentemente, a gangue da qual faziam parte entrou em confronto com outra, do Bairro Alvorada

Os policiais montaram o cerco à casa onde estavam os suspeitos, no sábado, na Rua Maria da Conceição Bonfim, após denúncias anônimas sobre a quadrilhaO comandante da 22ª Companhia da PM, major Cinério Gomes, disse que a equipe de militares foi recebida a tiros e revidou“Tivemos que intervirMantivemos o policiamento e já estamos executando um plano de identificação dos suspeitosQualquer cidadão que souber o paradeiro deles pode denunciar pelos telefones 181 ou 190”, diz

A PM trabalha em conjunto com a Polícia Civil para identificar quem colocou fogo no ônibusMilitares passaram o domingo levantando informações de todos os moradores que já cometeram crimesApesar das buscas na região, nenhum suspeito havia sido preso até a tarde de ontem.