Jornal Estado de Minas

Manifestantes ocupam prédio do TJMG contra ação de despejo de terreno em Contagem

Moradores da ocupação William Rosa exigem solução para 4 mil famílias, que vivem em terreno ao lado do CeasaMinas, sob ameaça de despejo iminente

Famílias ocupam prédio em protesto contra a ordem de reintegração de posse concedida pela Justiça - Foto: Cristina Horta/EM.DA/ PRESS
Cerca de 50 pessoas da ocupação William Rosa, terreno ao lado do CeasaMinas em Contagem, na Grande BH, ocupam o prédio do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) na tarde desta segunda-feira, na Rua Goiás, no Centro de Belo HorizonteOs manifestantes exigem ter uma conversa com o presidente do tribunal sobre a ameaça de despejo da área, onde vivem aproximadamente 4 mil famílias

O grupo está localizado na portaria e no hall de entrada do auditório do tribunalDe acordo com a assessoria de imprensa do órgão, o presidente do TJMG informou que não pode interferir na decisão do juiz em 1º instância que obriga as famílias a desocuparem o terreno, uma vez que a questão já está sendo discutida na JustiçaEle mencionou, ainda, que existem meio legais dos moradores contestarem a decisão, como abrindo recursos, por exemplo.

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A ordem de reintegração de posse já foi concedida pela Justiça, mas ainda não há data para que ela seja efetivadaAs famílias que participam do ato também pedem apoio para mais oito mil famílias que vivem em outros três terrenos ocupados na capital mineira, sendo 4,5 mil da ocupação Vitória, 1,5 mil da Rosa Leão, e 2 mil da Esperança, todos no Vetor Norde de BH.

Há dias que os moradores da ocupação William Rosa realizam protestos na Grande BH, interditando a BR-040 e causando longos congestionamentosNo início do mês, cerca de 500 pessoas fecharam totalmente a rodovia, no km 526, em frente às Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (CeasaMinas)Eles colocaram fogo em pneus, além de pedaços de madeira e pedras na via.

Após liberarem o local, os integrantes da ocupação entraram em confronto com policiais militares nas imediações do terreno ocupadoPelo menos 15 pessoas, incluindo crianças, ficaram feridasPedras foram arremessadas contra os policiais, que revidaram com bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha.

Na última quinta-feira, representantes da Polícia Militar, do Instituto de Terras de Minas Gerais (ITER) e da ocupação William Rosa se reuniram na sede da 2ª Região da PM, em Contagem, para discutir o impasse gerado pela ordem de reintegração de posseNa ocasião, de acordo com o Major Dourados, ficou definido que a PM só vai agir mediante ordem emitida pelo governo estadual, para que a reintegração de posse ocorra da melhor maneira possível.
- Foto: Cristina Horta/EM.DA/ PRESS