Jornal Estado de Minas

Motociclistas provocam prejuízos no espelho retrovisor alheio

Juliana Ferreira Valquiria Lopes

  "Trocamos até 30 por dia. O retrovisor é o que mais sofre do veículo, porque está exposto a tudo", Fabiano Francisco da Silva, funcionário de oficina na Pedro II - Foto: Leandro Couri/EM/D.A. Press

O prejuízo causado a motoristas de automóveis por motoqueiros em corredores de trânsito de Belo Horizonte gera lucro para empresas e oficinasLojas de conserto de espelhos retrovisores, peça mais danificada por motociclistas nas ruas, atendem em média, cada uma, 400 clientes por mês na capitalEm uma delas, na Avenida Pedro II, Região Noroeste, esse número chega a 900“Trocamos até 30 por diaO retrovisor é o que mais sofre do veículo, porque está exposto a tudoA maioria das pessoas que chega aqui relata alguma experiência negativa com motoqueiros”, conta o funcionário Fabiano Francisco da SilvaO conserto custa de R$ 10 a R$ 300, variando segundo o modelo e o dano

Um empregado de outra casa especializada em conserto de retrovisores, também na Avenida Pedro II, confirma que as motos são as campeãs em estragar a peça do veículo“Eles metem o pé e arrastam o baúA maioria dos clientes relata issoChegam com espelhos quebrados e até mesmo sem o retrovisor”, conta.

A dona de casa Simone Borges, de 50 anos, foi uma das vítimas dos novos corredores de moto da capital

Ela esteve na manhã de ontem em uma loja para ajustar os dois retrovisores do carroUm deles foi danificado e arranhado por um motoqueiro, que esbarrou no carro quando pilotava pela fila de motos“Eles nem paramBatem e seguem normalmenteCostumo dar passagem porque fico com medoAté as buzinas estão usando para avisar que vão passar entre os carros”, conta.

A Coordenação de Operações Policiais (COP) da Polícia Civil informa que o motorista pode fazer um boletim de ocorrência e informar o fato para fins estatísticosO ressarcimento do prejuízo deve ser solicitado à Justiça, em um processo cível, o que torna a situação mais complicada.