Segundo o magistrado, essa é uma prática comumEste ano, até 31 de agosto, 191 adolescentes foram pegos com documentos adulterados ou portando identificação de outra pessoaDurante as fiscalizações dos comissários da Vara da Infância e da Adolescência, 836 menores foram encontrados em locais sem alvará de funcionamento ou em desacordo com a faixa etária estabelecida pelo juiz para determinado evento“Observamos cada vez mais esse tipo de situaçãoDeixamos clara nessa portaria a responsabilidade do adolescente que usa identidade falsa, o que é crime”, explicou.
A coordenadora do Comissariado da Vara da Infância e da Juventude, Ângela Maria Xavier Muniz, diz que os jovens demonstram respeito pelos comissários e ficam preocupados quando são flagrados nas festas, principalmente pelo que pode acontecer“Antes, a portaria existente só falava da obrigação de os estabelecimentos exigirem documento dos adolescentesAgora, eles podem até chamar a PMO que nos espanta é que, na maioria das vezes, os pais nem sabem onde os filhos estão.”
O uso de documento falso por adolescentes é visto pelo psicanalista da PUC Minas Vitor Ferrari como a busca de outra identidade
Quem convive com a rotina de levar e buscar filhos adolescentes em festas recomenda atenção da família ao comportamento dos filhos“É preciso saber com quem eles andam, o que fazem e que locais estão frequentandoNão dá para deixar um menor solto, sem controlePodemos confiar no filho, mas sem perdê-lo de vista”, diz o pai de uma adolescente, que pediu para não ser identificadoEle recorda que em uma comemoração a que a filha costuma ir, se assustou com a realidade de outras famílias
Entre janeiro e setembro, 29.550 fiscalizações foram feitas pelos comissários da Vara da Infância e da Juventude da capital em bares, restaurantes, festas e eventosO número representa 86% de todas as vistorias de 2012, quando houve 34.354 açõesO psicanalista Vitor Ferrari chama a atenção para o papel da família“Os pais não podem se furtar à imposição de limites, do controle e da correção de comportamentos”, dizEle afirma que, como os responsáveis pelos menores, as escolas não podem abrir mão do papel de educar“Se a família é omissa, a indústria publicitária de bebidas e do tabaco e o traficante não sãoVendem a ideia de acesso à felicidade, ao prazer, em um momento delicado da vida, que é a adolescência.”