Jornal Estado de Minas

Lixões perduram além do prazo em Minas

Juliana Ferreira Tiago de Holanda
A Política Nacional de Resíduos Sólidos, elaborada pelo Ministério do Meio Ambiente, determina que os lixões acabem em todo o país até agosto de 2014
Em Minas, porém, esse prazo não será cumprido por muitos municípios“É completamente inviável cumprir esse prazoTemos diversos prefeitos penalizados, inclusive judicialmente, por causa da destinação final inadequada dos resíduosA maioria dos municípios tem limitações orçamentárias patentes”, alega o secretário extraordinário de Gestão Metropolitana, Alexandre Silveira.


Segundo o plano nacional, as prefeituras devem erradicar os depósitos de lixo a céu aberto e substituí-los por aterros sanitáriosDepois de “ultimatos” e ameaças que parecem infindáveis aos municípios para regularizar a situação, as prefeituras que não se adequaram às exigências – de 2010 – pedem mais dinheiro, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente faz coro aos apelos e o governo federal avisa que desde agosto do ano passado não libera verba para quem não tem plano de resíduos.

Em meio a esse impasse, 196 cidades permanecem jogando detritos em lixõesNesse grupo está Caxambu, no Sul de Minas“Nem nós nem cidade nenhuma vai cumprir essa lei”, diz o prefeito Ojandir Ubirajara BeliniA meta soa impossível para Belini, que diz não ter verbaOs 22 mil habitantes da cidade produzem diariamente cerca de 20 toneladas de detritosO custo da coleta é de R$ 50 mil por mês

Montar um consórcio com as vizinhas Conceição do Rio Verde, Cruzília, Baependi e Minduri pode triplicar a despesa, argumenta o municípioO aterro deve ser construído em uma das cidades, que receberá por tonelada de material deposto“O nosso lixão não aguenta mais dois anos e não temos receitaVão ter que dar um prazo maior”, diz

O discurso é o mesmo em Conceição do Rio Verde, que atualmente tem coleta terceirizada e gasta cerca de R$ 40 mil por mês“O transporte para o aterro e o aluguel devem subir nosso custo para R$ 120 milNosso orçamento é muito justoEstá todo mundo no gargalo”, argumenta o secretário de Planejamento, Controle e Avaliação, Giovani Gomes Costa.

O secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Adriano Magalhães, fez um apelo ao governo federal, na 4ª Conferência Estadual do Meio Ambiente, que ocorreu no mês passado em BH, por mais recursos“Precisamos de uma decisão mais firme em investir nissoEstamos vendo a penúria dos que não têm recursos
Os municípios jogam lixo no lixão e têm o custo apenas da coletaNão têm condições financeiras”, diz