Jornal Estado de Minas

Novo leiaute da feira hippie começou a ser implantado em BH

Mudanças trouxeram mais segurança a feirantes e consumidores

Jorge Macedo - especial para o EM
Valquiria Lopes

Disposição da barracas na feira de artesanato deixou corredores mais largos - Foto: (Maria Tereza Correia/EM/D.A Press)


As mudanças no leiaute da Feira de Artes, Artesanato e Produtores de Variedades de Belo Horizonte agradaram o público no primeiro dia de funcionamentoDesde ontem, a tradicional feira hippie que funciona na Avenida Afonso Pena, no Centro de BH, passou a ser montada com nova distribuição das barracas, dispostas agora em grupos de quatroA reformulação atende a uma exigência do Corpo de Bombeiros e foi recomendada pelo Ministério Público, desde 2004O projeto visa à liberação de mais corredores, maior visibilidade e segurança em situações de pânico e foi visto como positiva na avaliação de parte dos 2.156 feirantesConsumidores que visitaram a feira hippie ontem disseram se sentir mais confortáveis para transitar pelo pólo de vendas, que recebe cerca de 70 mil pessoas a cada domingo.

No entanto, as mudanças desagradaram alguns feirantes que deixaram locais privilegiados para o comércio, já que a alteração foi feita por meio de sorteio e não apenas por remanejamentoA implantação das mudanças será feita em duas etapasForam pioneiros os setores F, G, H, I, J, P, S e Z, entre a Avenida Álvares Cabral e Afonso PenaNessas alas estão dispostos produtos de crianças; bijuterias; arranjos de casa; cintos, bolsas e acessórios; calçados; alimentação, além dos quadros e esculturasNo próximo domingo, a nova disposição das barracas será feita para os setores A, B, C, D, e E, localizados entre a Avenida Álvares Cabral e Rua da Bahia

De acordo com a gerente de feiras da Regional Centro-Sul, Andréa Lúcia Bernardes, a próxima etapa será a instalação de 80 extintores ao lado das barracas e de 71 placas com a sinalização das rotas de fuga, em caso de pânico ou incêndio“Nos próximos meses, um grupo de 690 brigadistas será formado para atuar nas situações de emergência

Ao fim de todo o trabalho, a feira estará funcionando em conformidade com as determinações do Corpo de Bombeiros”, diz Andréa.

Para o presidente da Federação Mineira de Artesãos (Femeart), Apolo Costa, o novo leiaute já deu mostras de que a segurança e a circulação dos visitantes serão melhores“A feira está mais organizadaAntes as pessoas se sentiam espremidas nos corredores apertadosAgora, com grupos de quatro barracas é possível circular com mais tranquilidade”, afirmaApolo garante ainda que além de diminuir a sensação de insegurança dos corredores lotados, a nova disposição facilita o trabalho da Polícia Militar e dos fiscais da feira

VISIBILIDADE

Um dos satisfeitos com as alterações é o feirante Luiz de Assis, de 53 anosDepois de 25 anos na feira e de três mudanças de lugar, ele conta que as bijuterias que vende estão tendo maior visibilidade“Antes, meu box ficava espremido em um corredor”, ressaltaTânia Aparecida Evangelista, de 40, e a filha Milena, de 18, aprovaram o projeto“Das sete barracas que viemos procurar, só não encontramos uma

Mas é notório que a disposição ficou melhor”, diz TâniaAs duas são moradoras de Lavras, no Sul de Minas, e vêm à capital todo mês para fazer compras na feira

LINHA DO TEMPO

2004 – Corpo de Bombeiros denúncia a Feira Hippie ao Ministério Público Estadual (MPE) pela falta de projeto de combate à incêndioMinistério aciona a Prefeitura de Belo Horizonte para elaborar o plano de segurança.

2004 – Um corredor de emergência para passagem de viaturas policiais e do Corpo de Bombeiros é aberto no lado direito da Avenida Afonso Pena, no sentido Centro-Bairro.

2009 – Novo projeto para disposição das barracas da Avenida Afonso Pena foi feito pela PBH, mas desagradou expositores de quadros e pinturas, que não poderiam mais ficar no passeio da Afonso PenaCâmara Municipal abre exceção no Código de Posturas, que proíbe exposição sobre a calçada e autoriza a permanência desses comerciantes no mesmo local.

2010 – Novo leiaute fica pronto, mas não sai do papelEnquanto a prefeitura insiste em fazer sorteio para definir a nova disposição das barracas, feirantes entram na Justiça pedindo apenas o remanejamento dos boxes

2011 – Expositores conseguem liminar contra o sorteio.

2013 – Prefeitura vence a queda de braço no Tribunal de Justiça e é autorizada a fazer o sorteioO processo ocorreu
em julho e agora está sendo implantado