Jornal Estado de Minas

Semáforos passam a ser controlados por câmeras para tentar dar fluidez ao trânsito em BH

No entanto, congestionamentos persistem devido ao excesso de carros e outros problemas

Sistema de monitoramento da BHTrans tem 80 câmeras que orientam agentes - Foto: BHTrans/Reprodução

Aumento acelerado da frota de veículos, ruas curtas, quarteirões pequenos, avenidas na diagonal que cruzam com outras duas vias e carros circulando apenas com o motoristaEsse conjunto de fatores são complicadores do trânsito da capital apontados pela BHTrans como prejudiciais à sincronia de semáforosSegundo a gerente da Central de Operações de Tráfego, Gabriela Pereira, a velocidade do veículo cai muito quando o fluxo de carros é maior e aumenta o tempo de deslocamento entre um sinal e outro"Mesmo com semáforos sincronizados, o veículo fica tanto tempo no percurso que o sinal acaba fechandoEm Belo Horizonte, a velocidade em horário de pico é menor", disse Gabriela.

Segundo a gerente de tráfego, novas tecnologias estão sendo empregadas no controle semafórico para dar sequência ao antigo Controle Inteligente de Tráfego (CIT), implantado em 2002São 24 câmeras inteligentes que contam o número de veículos e controlam o tempo dos semáforos e painéis que informam aos motoristas a situação do trânsito em cada ponto da cidade"Temos esses equipamentos em toda a Região Central e nas avenidas Amazonas e Cristiano MachadoEstamos implantando em corredores de maior fluxo, como Pedro II, Carlos Luz e Antônio Carlos", disse.

Além das 24 que controlam semáforos, 80 câmeras monitoram o trânsito e auxiliam os agentes que trabalham na central de operações, no Bairro Buritis, Oeste de BHAs informações são repassadas aos motoristas pelos painéis eletrônicos nas viasSegundo Gabriela, o tempo dos sinais também pode ser alterado pela central de operações, de onde os agentes ficam atentos a carros com defeitos mecânicos atrapalhando o trânsito e chamam reboque.

Todo esse investimento, entretanto, não conseguem acompanhar a rapidez do aumento da frota, que já passa de 1,5 milhão de veículos"Estamos buscando alternativas, como o Move (antigo BRT, sigla em inglês para transporte rápido por ônibus)", informou Gabriela
O novo sistema de transporte em implantação está previsto para começar a funcionar em janeiro do ano que vem"O Move vai diminuir o número de veículos nas vias", espera Gabriela

Devido ao traçado das ruas de BH, projetado em 1893 pelo engenheiro Aarão Reis, Gabriela explica que as avenidas em diagonal cruzando outras duas vias precisam de semáforos em três estágiosEla cita exemplos como a Afonso Pena com ruas São Paulo e Tupinambás e as avenidas Brasil, Carandaí e Bernardo Monteiro"O tempo distribuído entre os três semáforos fica muito pequenoÉ um complicador, mas a gente está trabalhando para eliminar, principalmente na área central, os semáforos de três tempos", informou Para isso, segundo ela, está sendo feito estudo para mudar a circulação de veículos no trânsito e melhorar a capacidade das vias.

Uma grande solução para o trânsito de BH, segundo a gerente de Operações de Tráfego, seria as pessoas tomarem consciência de que não adianta ter carro para transporte individual"Tem que ser uma decisão de todosA BHTrans está buscando a melhoria do transporte coletivo, criando faixas de trânsito exclusivas e transporte coletivo de maior capacidadeO metrô também é bem vindo", afirmou.

Como ficou?
controle inteligente de tráfego

Sensores no asfalto não deram certo
Implantado em 2002, o Controle Inteligente de Tráfego (CIT), que acompanhava o fluxo de veículos na cidade por meio de sensores instalados no asfalto, já é considerado ultrapassado
A cada obra de recapeamento novos sensores são instaladosEm 2010, foi implantado o chamado laço virtual, que são as câmeras que contam o número de veículos"Em 2002, a gente não tinha essa tecnologia", conta a gerente da Central de Operações de Tráfego da BHTrans, Gabriela PereiraAtualmente, ainda são 600 pontos na Região Central com sensores no asfalto.