Jornal Estado de Minas

Quinze pessoas permanecem presas após manifestações em Belo Horizonte

Segundo a Polícia Militar, 11 adolescentes foram apreendidos após tumulto no 7 de Setembro

Cristiane Silva Daniel Camargos
- Foto: João Miranda/Esp/EM/DA Press


Quinze pessoas seguem detidas em Belo Horizonte neste domingo após os protestos do 7 de Setembro, segundo balanço parcial da Polícia Civil de Minas GeraisOs presos serão apresentados na segunda-feira, quando a PC vai divulgar mais detalhes sobre as investigaçõesDe acordo com o levantamento oficial da Polícia Militar (PM), 56 pessoas foram conduzidas para uma delegacia no Barro Preto, 11 delas menores de idadeOs manifestantes podem ser indiciados por crime de formação de quadrilha, além de dano ao patrimônio e desacato à autoridade

Os primeiros tumultos na cidade começaram poucos antes das 15h, quando um manifestante tirou a calça e, despido, se virou de costas para os militares, na Praça da Liberdade"Houve desacato e depois agressão física", avaliou o tenente-coronel Alberto Luiz CarvalhoO militar disse que pediu ao manifestante que não continuasse tirando a roupa, mas que diante da negativa o prendeu"Um outro vândalo pulou nas costas de um policial para tentar libertá-lo", descreveu o coronel.

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Após o primeiro confronto começou uma confusão generalizada e 12 pessoas foram presasOs detidos ficaram deitados e imobilizados no chão da Praça da Liberdade até a chegada de viaturas que os levaram para delegaciasAlguns chegaram a serem arrastados no chão pelos militares"Eu e os policiais queremos mudanças para o país, mas não aceitamos ser agredidos", justificou o militar.

A manifestação começou na Praça 7 pouco antes das 10h
Grupos apresentavam diferentes reivindicações e gritavam palavras de ordem que iam desde contra uma possível intervenção militar na Síria até indagações a respeito do destino do pedreiro Amarildo, desaparecido em uma ação policial na Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, há mais de um mês.

Outro grupo, de manifestantes com os rostos cobertos e segurando placas de madeira como escudo, chegou à Praça Sete por volta das 13h30Nos escudos estavam escritos dizeres os identificando como partidários da tática anarquista de protesto, o Black Bloc.

- Foto: Beto Magalhães/EM/DA Press

Os manifestantes mascarados se uniram a um grupo de 10 punks que passaram mais de três horas sentados do cruzamento da Avenida Afonso Pena com Amazonas bebendo cachaça em pequenas garrafas plásticas e tomando vodkaCom a chegada dos black blocs os punks se uniram a eles e partiram em direção à Prefeitura de Belo Horizonte, com gritos desafiando a autoridade policial.

Nesse momento, por volta das 14h30, o contigente policial aumentou e os manifestantes subiram a Rua da Bahia em direção à Praça da LiberdadeQuando passavam próximo ao relógio da Copa começaram a chutar o monumento e o clima ficou tenso até o estopim, quando um manifestante fez "bundalelê" e foi presoApós o tumulto um trio elétrico chegou à praça e um policial anunciou um toque de recolher, conclamado os "cidadãos de bem" a irem para a casa.