(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Atraso em obras de prevenção obriga moradores de áreas nobres de BH a mudarem

Comerciantes tentam improvisar estruturas para impedir inundação em lojas


postado em 31/08/2013 06:00 / atualizado em 31/08/2013 07:14

Francisco Sá: Bernardete e a Spasso escola de circo vão embora em dezembro(foto: JOÃO MIRANDA/EM/D.A PRESS)
Francisco Sá: Bernardete e a Spasso escola de circo vão embora em dezembro (foto: JOÃO MIRANDA/EM/D.A PRESS)
Com a temporada de chuva batendo à porta e sem obras de prevenção à vista, a população de áreas com risco de enchentes começa a tomar providências para enfrentar novos temporais. Nas proximidades da Avenida Cristiano Machado, no Bairro Primeiro de Maio, Norte de BH, moradores estão construindo estruturas para impedir inundação. Na Avenida Francisco Sá, no Prado, Oeste, galpões vazios indicam a mudança de empresas. Já na Avenida Prudente de Morais, na Cidade Jardim, Centro-Sul, o adiamento da obra em quase um ano causou surpresa.

São mais de 15 imóveis para alugar na Francisco Sá, que ficou debaixo d’água pela última vez em janeiro. Em dezembro, será a vez de a Spasso Escola de Circo se despedir da rua onde funcionou por 15 anos. Desde 2008, o galpão da escola é inundado pela chuva. O problema mais recente foi em 7 de janeiro. “Cansamos de perder materiais e equipamentos. Vários vizinhos foram embora por não aguentar mais. Vamos sair em dezembro”, conta uma das coordenadoras da Spasso Bernadete Sette Câmara.

Freezer, som, iluminação, computadores integram a lista de perdas. “A prefeitura vem e faz um relatório, mas nada acontece. Põem a placa alertando sobre a chuva e é como se o problema estivesse resolvido”, reclama Bernadete. Em janeiro, o prefeito Marcio Lacerda disse que comerciantes e moradores ficariam livres dos alagamentos em 2014, mas a Secretaria Municipal de Obras tem nova data: 2015.

Orçada em R$ 14,5 milhões, a intervenção prevê a ampliação da captação e escoamento do Córrego dos Pintos com conclusão prevista para janeiro de 2015. Quem continua na Francisco Sá tenta se proteger de enchentes. “Vamos aumentar a altura do portão de ferro que protege das enchentes”, diz o gerente de uma loja de enfeites de festas Eduardo Moisés Lopes, de 42.

No Primeiro de Maio, perto da Cristiano Machado, quem passa nas ruas percebe o desânimo dos moradores. Desde 2010, a região sofre com enchentes, mas, segundo a Secretaria de Obras, a solução só chegará em outubro de 2016. As obras nos córregos Cachoeirinha, Pampulha e Onça, orçadas em R$ 442,3 milhões, estão no pacote de recursos liberados pelo governo federal em setembro de 2012. Além da ampliação dos canais e adequadação de declividades dos córregos, a intervenção vai retirar 1,3 mil famílias de áreas de risco e criar um parque.

Até lá, cada um se vira como pode. A salgadeira Núbia Botelho, de 28, começou este mês a construir o segundo andar da casa. Uma mureta na porta dos cômodos do primeiro andar também foi construída para impedir a passagem da água. “Já fiz faculdade, pós-graduação e mestrado sobre como sobreviver em enchentes e até hoje nada foi feito por aqui. Se for esperar 2016, ninguém estará mais aqui para contar história”, afirma.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)