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Estado de Minas

Aumenta número de pessoas acima do peso em Belo Horizonte

Balança denuncia o desequilíbrio na alimentação dos brasileiros, que nunca estiveram tão gordos. Pesquisa mostra pela primeira vez que a maioria da população tem excesso de peso. BH está abaixo da média, mas segue tendência nacional


postado em 28/08/2013 06:00 / atualizado em 28/08/2013 06:40

O Brasil engordou e, pela primeira vez, mais da metade da população está acima do peso ideal. Os números da balança subiram mais que o recomendável para 51% dos brasileiros no ano passado. Em 2006, o índice era de 42,7%, ou 8,3 pontos percentuais a menos. Apesar de estar abaixo da média nacional, Belo Horizonte não tem muito a comemorar. Nos últimos sete anos, a população com excesso de peso na capital mineira cresceu 10,8 pontos percentuais, passando de 37,3% para 48,1%.


Divulgados ontem, os dados são da pesquisa Vigitel 2012 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde. O estudo entrevistou por telefone 45 mil pessoas com mais de 18 anos, em 26 capitais e no Distrito Federal. Os homens continuam sendo mais gordos que elas. Em BH, 44,7% das mulheres estão fora do peso ideal, enquanto 52% deles se encontram nessa situação.

 A gravidade do problema se traduz também no aumento no número de obesos no país, definição adotada quando o Índice de Massa Corporal (IMC) – peso dividido pela altura ao quadrado – extrapola os 30kg/m². De acordo com a pesquisa, 17,4% dos brasileiros são considerados obesos. Nos tamanhos extragrande, as mulheres se sobressaem. Segundo o Vigitel, 18,2% delas são obesas, contra 16,5% dos homens.

A obesidade também avança na capital mineira, onde a estimativa da população obesa é de 14,5%, índice 5,7 pontos percentuais acima do registrado em 2006 (8,8%). Assim como no Brasil, o problema está mais presente entre as mulheres (15,5%), em relação aos homens (13,3%). A Vigitel identifica que o sobrepeso é mais comum a partir dos 35 anos e entre os brasileiros com menor escolaridade. “A obesidade é uma tendência global, relacionada à mudança no padrão alimentar, mais industrializado, e à diminuição da prática de atividade física, com facilidades como carro e elevador”, diz o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Jarbas Barbosa.

O presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - Regional Minas, Paulo Augusto Carvalho Miranda, chama atenção para a necessidade de mudança de postura. “Estamos assistindo de forma passiva à evolução do sobrepeso e da obesidade e todas as medidas têm sido ineficazes”, afirma. O especialista alerta para o fato de que o problema não é de estética, mas de saúde. “O excesso de peso está relacionado ao aumento de doenças crônicas como diabetes, hipertensão, infarto e derrame”, afirma Miranda, reforçando a importância da prática de exercícios físicos e de uma alimentação balanceada.

A arquiteta Aléxia Amaral, de 40 anos, sabe bem o peso da obesidade. Com 1,70m, ela passou dos 70 quilos na juventude para os 145 quilos. Hoje na fila da cirurgia bariátrica, Aléxia conta que o ganho de peso a levou a uma forte depressão. “Quando comprei um carro, depois que me formei, parei de fazer exercícios e engordei 15 quilos. A partir daí, fiz dietas malucas com drogas pesadas e só piorei”, diz. Livre da depressão, Aléxia comemora vitórias. “Comecei a frequentar o Núcleo Mineiro de Obesidade (Nuobes) e minha relação com os alimentos mudou. Aprendi a comer de três em três horas”, diz.

Prato

Os hábitos alimentares ajudam a entender os quilos a mais na balança. Em Belo Horizonte, 38,2% da população come carne gordurosa e 54,2% consomem leite integral, com maior teor de gordura, regularmente. Os refrigerantes estão na mesa de 27,3% dos belo-horizontinos pelo menos cinco vezes por semana.

Mas há também boas notícias. O consumo de hortaliças e frutas cinco vezes por semana cresceu na capital e passou de 34,4%, em 2006, para 42,9%. BH também continua liderando o consumo de feijão no país, sendo que 85,6% da população consome uma porção diária do grão, contra 67,5% dos brasileiros.

A prática de atividades físicas também cresce na capital. Enquanto em 2006, 15,9% da população se exercitava no tempo livre, esse percentual subiu para 36,4%. Os homens (45,5%) são mais ativos em relação às mulheres (28,7%). O secretário municipal-adjunto de Saúde, Fabiano Pimenta Júnior, ressalta que as políticas públicas direcionadas para a questão são recentes e que o prazo ainda é curto para atingir resultados. “Expandimos de oito para 59 o número de academias da cidades. Até o fim do ano vamos passar de 91 para 176 academias a céu aberto nas praças e parques. Os nutricionistas também estão presentes nos centros de saúde, mas o tempo é curto para ver o reflexo dessas ações”, afirma.

 

Saúde da mulher

Elas estão se prevenindo mais. A pesquisa Vigitel 2012 mostrou aumento no número de mamografias e exames de papanicolau entre as mulheres. Em 2012, 77,4% das brasileiras e 86% das belo-horizontinas entre 50 e 69 anos haviam feitos mamografia nos dois anos anteriores.

No penúltimo levantamento, o percentual era de 73,3% e 81,5%, respectivamente. No ano passado, 82,3% das mulheres de 25 a 59 anos no país e 84% delas em BH haviam feito papanicolau nos três anos que antecederam a pesquisa, contra 80% e 81,1% em 2011.

O que você tem feito para evitar o ganho de peso

 

(foto: Marcos vieira/EM/D.A Press)
(foto: Marcos vieira/EM/D.A Press)

 

Anderson Matias
gerente de vendas, 33 anos


“Por falta de tempo, não pratico atividades físicas e também não adoto nenhum tipo de restrição com a alimentação. O assunto precisa ser tratado com atenção, mas ainda não consigo conciliar minha rotina de trabalho com algum exercício físico”

 

 

(foto: Marcos vieira/EM/D.A Press)
(foto: Marcos vieira/EM/D.A Press)

 

Cíntia Pereira
 cuidadora, 20 anos


“Não como carne vermelha. E desço a Afonso Pena inteira a pé todos os dias. Fora isso, não tenho tempo para me exercitar”

 

(foto: Marcos vieira/EM/D.A Press)
(foto: Marcos vieira/EM/D.A Press)
 

 

Jurandir Magalhães,
aposentado, 75 anos


“Caminho diariamente pela Avenida Bandeirantes por cerca de uma hora. Nos fins de semana faço trilha pelas imediações de Nova Lima”

 


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