“Se o uso do solo não for uma coisa integrada com as questões mais amplas de mobilidade, o resultado será sempre as atuações do poder público de forma fragmentada, atacando problemas pontuais que não resolvem em nada de forma estrutural”, diz o mestre em planejamento territorial Cristiano OttoniEle se refere ao fato da expansão crescente no Buritis, que, segundo o especialista, não está acontecendo da maneira correta, com o planejamento de novos modais de transporte público na área que ainda não está adensada“Não há nada tão ruim que não possa ser piorado”, ironiza o professor.
A gerente de Informação e Monitoramento da Secretaria Municipal Adjunta de Planejamento Urbano de BH, Gisella Cardoso Lobato, defende a atuação da administração municipal“Neste momento temos um olhar para a cidade muito mais detalhadoHoje é bem mais fácil identificar as fragilidades da cidade do que antes”, afirmaSobre o Buritis 2, Gisella garante que não há risco de se repetir a ocupação desenfreada das outras áreas do bairro
“Antes o projeto era aprovado e as renovações de alvará eram obtidas por meio do pagamento de uma taxaIsso gerava um passivo construtivoA prefeitura nunca sabia o que poderia acontecer na cidade, quais obras iam acontecer”, dizSegundo ela, atualmente as regras mudaram e o alvará de construção tem prazo, que deve ser renovado sempre respeitando a legislação em vigor e os padrões definidos pelo zoneamento da região, sob pena de embargo da obraO prefeito Marcio Lacerda (PSB) compartilha da opinião, mas reconhece que no passado a oferta de infraestrutura e a ocupação não andaram na mesma velocidade“Assim como ocorreu em outras regiões da cidade, o Buritis cresceu sob a proteção de leis antigas de ocupação e uso do solo, o que levou a uma explosão populacional sem a mesma velocidade na implantação de infraestrutura urbana”, diz o prefeito.