De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o soldado foi preso acusado de ser o mandante do assassinato de Cleidson Mendes do Nascimento, de 26 anos, em setembro de 2011 Quatro anos antes, a vítima testemunhou contra o policial, que respondia processo pelo homicídio de um comercianteA prisão do policial ocorreu depois que uma força tarefa foi montada para apurar uma série de crimes ocorridos na região cuja autoria não havia sido esclarecida.
Segundo o TJMG, o advogado Leon Bambirra Obregon Gonçalves, que defende o policial, pediu a desconstituição do decreto de prisão preventivaO defensor afirmou que o fato de o acusado ser policial militar não é fundamento para que ele seja mantido presoEle alegou ainda que a prisão de seu cliente se deu por causa do depoimento de apenas uma testemunha e que não havia demonstração de que a liberdade dele representaria algum risco ao andamento do processo e à sociedade.
O relator do recurso, desembargador Jayme Silvestre Corrêa Camargo desqualificou a tese do advogado que defende o soldadoSegundo o magistrado, há elementos evidentes de que a prisão do policial é necessária para garantia da ordem públicaO desembargador destacou a “ reiterada prática delitiva” do acusado, que responde a três processos criminais distintosOs desembargadores Edison Feital Leite e Eduardo Brum acompanharam o voto do relator.
Crimes esclarecidos
A força tarefa que culminou no indiciamento do soldado Victor Emanuel e outras 15 pessoas foi montada depois do assassinato de dois jornalistas que atuavam no Vale do Aço e denunciavam a participação de policiais em crimes misteriosos
As apurações do grupo, composto por quatro delegados, três escrivães e 12 investigadores, já esclareceram 12 dos 18 homicídios investigados, incluindo a execução dos dois jornalistas.