Jornal Estado de Minas

Juiz adia julgamento e determina prisão dos réus da Chacina de Felisburgo

O juiz Glauco Soares decidiu pelo adiamento, pois o advogado de um dos réus não compareceu ao júri por problemas de saúde

João Henrique do Vale
Os réus deixaram o Fórum Lafayette para um Ceresp da Grande BH - Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press
Foi adiado pela terceira vez neste ano o julgamento da Chacina de FelisburgoO júri chegou a ser iniciado, porém, o advogado de Adriano Chafik – acusado de ser o mandante do crime – não compareceu e entrou com recurso alegando problemas de saúdeO juiz Glauco Soares acatou o pedido e adiou a audiência para 10 de outubro de 2013, às 8h30O magistrado também determinou a prisão dos réus

O julgamento da Chacina de Felisburgo começou às 10h28, com quase duas horas de atrasoLogo no início da sessão, o advogado de Adriano Chafik solicitou novamente o adiamento do processo, alegando problemas médicosO promotor de Justiça Christiano Leonardo Gonzaga Gomes pediu então a prisão preventiva dos réus, alegando que os adiamentos são manobras processuais

As duas medidas foram atendidas pelo juiz,  sob o argumento de que a defesa ficaria prejudicada sem a presença do advogadoJá em relação à prisão preventiva dos réus, o magistrado disse que diante das tentativas de postegar o júri, o pedido é cabível

Advogado de Adriano Chafik não compareceu à audiência - Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.PressDos quatro réus, apenas três estão no julgamento: Adriano Chafik, Francisco de Assis Rodrigues de Oliveira e Milton Francisco de SouzaEles foram encaminhados para um Centro de Remanejamento Prisional (Ceresp) da Grande BH
Washington Agostinho da Silva não compareceu ao Fórum Lafayette e é considerado foragidoOs motivos não foram informados pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG)Todas as testemunhas foram ouvidas por carta precatória

Os réus respondem por homicídio qualificado, tentativa de homicídio e incêndio, podendo pegar, cada um, até 30 anos de prisãoUm quinto réu, Admilson Rodrigues Lima, morreu no decorrer do processo

De acordo com a denúncia do Ministério Publico em Minas, Adriano Chafik teria ordenado o ataque à fazenda, após ter perdido uma ação de reintegração de posse, ganha pelo Movimento Sem Terra (MST), que ocupava o localApós a decisão da Justiça, ele teria reunido um grupo que passou a ameaçar os assentadosConforme o MP, no dia 20 de novembro, Chafik comandou um ataque à fazendaCinco pessoas foram mortas e outras 12 ficaram feridasAlém da escola do acampamento, 27 casas foram incendiadas
O terreno, do qual Adriano alegava ser dono, era propriedade pública.