Jornal Estado de Minas

Abertura de museu no Palácio da Liberdade agrada e é um sucesso de público

Flávia Ayer

A faxineira Inês Maria das Neves se divertiu com as imagens projetadas e ficou encantada com a sofisticação dos cômodos - Foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press

 

Com sucesso de público e fila na abertura, o Palácio da Liberdade deu ontem início a mais uma fase na sua históriaInaugurada, a exposição interativa permanente Palácio da Liberdade – memórias e histórias consolida o prédio como museu, apresentando a história política do estado a partir de 16 ex-governadores já falecidos e que, entre os 50 que passaram pelo Poder Executivo, mais marcaram a antiga sede do governo de Minas

Assinada por Marcello Dantas, a tecnologia é o diferencial da exposição, levando os antigos líderes para projeções de imagens e áudio em mesas, estantes, guarda-roupas ou quadro, ativadas por sensoresO curador do museu, Bruno Mitre, comemorou a abertura, mesmo sem as estatísticas em mãos“O movimento é bem maior”, explica, ressaltando que o esquema da visitação passará por ajustes“Por enquanto, as visitas são guiadas, mas estamos contratando monitores para permitir que a visita seja livre em todos os cômodos”, adianta.

Depois de sete anos, o arquiteto Anderson Maércio, de 37, voltou aos salões do Palácio da Liberdade na companhia da mãe, Adriana Mariana dos Reis, de 59Uma feliz surpresa“Está muito mais interessante, temos acesso a mais ambientes e ainda tem essa questão do audiovisual”, ressalta Anderson, entretido com o piano da Sala VermelhaBasta tocar na tela de um tablet que o interventor federal Benedito Valadares, que governou Minas de 1933 a 1945, começa a dançar sobre as notas musicais da partitura, ao som da música Será o Benedito.

Por dois anos, a historiadora Mariana Estevam, de 26, trabalhou no palácio e, no primeiro dia da mostra interativa, fez questão de visitar o antigo local de trabalho“Ficou muito mais interessante, é uma maneira mais atrativa de mostrar a história”, afirma, na sala com os retratos dos governadoresÉ ali que no retrato na parede, o governador Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, chefe do Executivo de 1926 a 1930, conta sobre algumas passagens da política, como a instituição do voto secreto durante seu mandato.

O começo Na intimidade do quarto, a advogada Maria Lúcia Souza Rodrigues da Cunha, de 68, ouviu o primeiro governador a morar no palácio, Crispim Bias Fortes – que governou entre 1890 e 1891 e de 1894 a 1898 –, falar sobre o planejamento da nova capital de Minas

“Não sabia que a cidade havia sido planejada para 20 mil habitantes”, conta a “belo-horizontina da gema”, eufórica em conhecer a antiga sede do governo“Não imaginava que tudo aqui fosse tão grandioso”, afirma.

Ela tem até nome parecido com o da mãe do ex-governador Aécio Neves, mas pela primeira vez na vida a faxineira e cozinheira Inês Maria Querina das Neves, de 77, pisou num ambiente tão luxuosoA cada passo, o olhar era de encantamento“Que alegria conhecer o palácio, é tudo diferente do que já vi em qualquer lugar”, conta InêsA única ressalva é de quem sabe bem o que é faxina pesada“Nossa, isso deve dar um trabalho para limpar”, comenta, sobre o piso parquet em madeira.

Serviço

Visita ao Palácio da Liberdade
Sábados, domingos e feriados
Das 10h às 16h
Entrada franca