Jornal Estado de Minas

Centro de BH: o pior está por vir

Atrasadas, obras do BRT avançam em várias frentes simultâneas

Interdições nem sempre ocorrem como o planejado e caos na região tende a piorar com intervenção na Rua Caetés

Guilherme Paranaiba Tiago de Holanda
Atrasadas, obras do BRT avançam em várias frentes simultâneas - Foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press


Milhares de pessoas andando no meio dos carros, veículos disputando cada centímetro de vias com restrição de tráfego, ônibus que passam raspando nas calçadas, carga e descarga feita de qualquer jeito, engarrafamentos quilométricos, tudo isso em meio a uma fiscalização ineficaz, quando não inexistenteEssa é a confusão que se agrava a cada dia no entorno das obras do transporte rápido por ônibus (BRT, na sigla em inglês) no Hipercentro de Belo HorizonteUm quadro que se mostrou especialmente ruim ontem, com concentração de torcedores na área central devido ao jogo Atlético x Newell’s Old Boys, mas que tende a ficar ainda pior quando a restrição de tráfego chegar à Rua Caetés, poucos metros depois do fim do viaduto que liga a Avenida Antônio Carlos ao Centro

Segundo fontes ligadas à administração municipal, o cruzamento da Caetés com a Avenida Paraná é um dos poucos espaços viários que ainda precisam ser fechados para reforma, o que deve ocorrer em breveEnquanto isso não acontece, em apenas 1,3 quilômetro de tratamento viário nas avenidas Santos Dumont e Paraná, por onde vão circular os novos ônibus do BRT Central, a situação beira o caos, motivada pelo atropelo no cronogramaEnquanto em fevereiro a Secretaria Municipal de Obras anunciou que as intervenções no Centro se dariam em cinco etapas distintas, o Estado de Minas comprovou a ocorrência de mais de uma fase simultaneamente, o que sufoca  o trânsito em toda a cidadeAgentes da BHTrans ouvidos pelo EM ainda garantem que durante as obras operários costumam fechar mais espaços do que o planejado para interdições no trânsito, o que causa transtorno até que os fiscais consigam contornar os problemas.

A previsão é de que todas as obras do sistema se encerrem em dezembro, inclusive o BRT Central, para que os ônibus comecem a circular em fevereiro de 2014Com a interdição de parte da Rua Curitiba para as intervenções na Santos Dumont desde o dia 3, a situação mais crítica está nos arredores da Praça Rio BrancoTodo o tráfego que desce a Afonso Pena em direção à rodoviária fica restrito a duas faixas, enquanto pedestres aproveitam a lentidão para andar no meio dos carros e transportadores fazem o que podem para desembarcar suas mercadoriasQuem vem da Caetés acaba se deparando com a confusão e é muito comum ver carros fechando o cruzamento.

Segundo o cronograma de obras, as interdições na Santos Dumont se dariam em etapas distintas, sendo uma em cada sentidoPorém, toda a avenida está fechada, assim como as alças da Praça Rio Branco, que serão a conexão entre as duas vias do BRT no Centro
Com a diminuição de capacidade da Rua Curitiba, o reflexo é visto, por exemplo, na Afonso PenaNa Avenida Paraná também há fechamentos dos dois lados ao mesmo tempo no quarteirão entre Tupinambás e Caetés, o que mais uma vez contraria o cronograma

O EM apurou que três pontos ainda demandam intervenções viárias que podem gerar fechamentos parciais ou totais de tráfegoAlém da obra na Rua Caetés, que ameaça provocar filas gigantescas na Avenida Antônio Carlos, há necessidade de intervir em dois pontos em que os ônibus farão retornoUm é o cruzamento da Santos Dumont com a Rua da Bahia, na Praça da EstaçãoO outro, o encontro das avenidas Paraná e Amazonas, próximo ao Mercado Central.