Jornal Estado de Minas

UFMG abre processo disciplinar contra 198 alunos de direito por trote no câmpus

Flávia Ayer
Uma das imagens que provocaram revolta mostra caloura pintada e acorrentada - Foto: Facebook/Reprodução da internet
Cento e noventa e oito alunos da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foram indiciados pela instituição de ensino superior por terem participado de trote polêmico em 15 de marçoA diretoria da faculdade abriu processo administrativo disciplinar contra os estudantes e, em prazo de 60 dias, vai concluir a apuração do episódio e elaborar relatório final com possíveis puniçõesTodos os alunos acusados serão ouvidos e terão direito de defesa.


A instauração do processo administrativo ocorreu depois de a comissão de sindicância formada na época do trote identificar que, durante o evento, houve transgressões às normas acadêmicas“Identificamos práticas incompatíveis com a dignidade universitáriaO regimento da universidade prevê punições desde advertência até suspensão e, em uma situação limite, a exclusão do aluno da instituição”, afirma o vice-diretor da faculdade, Fernando Gonzaga Jayme.

A Portaria 59/2013, que indicia os alunos, acusa um grupo de universitários de ter aplicado o trote em estudantes do primeiro períodoOutro grupo responderá pela distribuição gratuita e venda de bebidas alcoólicas na unidade de ensino e uma terceira turma, por ter contribuído financeiramente e ter participado das atividades do troteA recepção aos calouros do curso ocorreu em 15 de março, uma sexta-feiraDivulgadas no Facebook, duas fotos do evento provocaram revolta entre internautas.

Em uma das imagens, um calouro está amarrado com fita a uma pilastra e, ao lado dele, três colegas erguem o braço direito, à maneira da saudação nazista – um deles tem um bigode pintado semelhante ao do ditador Adolf HitlerNa outra, uma novata com o corpo tingido de preto tem as mãos atadas por uma corrente puxada por um veteranoA moça ainda carrega uma placa com a inscrição “Caloura Chica da Silva”, em referência à famosa escrava que viveu em Diamantina no período colonial.