Depois de sair de Poços de Caldas, no Sul de Minas, às 1h30, parentes dos mortos enfrentaram mais de seis horas de viagem para colher saliva em um laboratório em Belo Horizonte e reclamaram da falta de informações sobre as circunstâncias da batidaO professor de cálculo Bruno Ferreira Alves, de 25 anos, é filho do motorista Francisco Lino Alves, de 54, que dirigia a Kombi que transportava pacientes de Poços de Caldas para tratamento médico em Belo HorizonteAbalado, ele trouxe no bolso uma lembrança do pai“É uma foto de quando eu tinha 8 anos, um momento de férias, de lazer ao lado dele”, conta o jovem
Bruno diz saber muito pouco sobre o que ocorreu na estrada, mas aponta o protesto como um fator determinante para a colisão“Meu pai era motorista há 23 anos e vinha para Belo Horizonte três vezes por semanaEle conhecia aquela estrada, então acredito que faltou sinalização
Casamento em vista
Enquanto esperava no IML informações sobre a liberação do corpo da filha, Nivaldo de Oliveira contou emocionado os planos que Crislene Guimarães de Oliveira, de 18, tinha para a famíliaA jovem vinha à capital mensalmente para acompanhar o tratamento do filho de 2, que sofre de uma doença no fígado“Ela estava felizPlanejava oficializar o casamento e queria construir uma casa com o marido”, relataInconformado com a forma como a filha perdeu a vida, ele exige uma resposta da Justiça“O responsável tem de ficar preso, mas sei que é difícil.” A demora na liberação dos resultados de DNA também o incomoda“É um absurdo ter de esperar de 30 a 90 dias para poder enterrar minha filha
Depois de receber a notícia da morte dos dois únicos irmãos, Maurício Marcondes, de 55, precisou da ajuda de um amigo para vir a Belo HorizonteTentando segurar o choro na saída da sala de assistência social do IML, ele contou apenas que a irmã, Maria Aparecida Marcondes, de 61, acompanhava Moacir Marcondes, de 54, que fazia um tratamento contra câncer em BH há cinco anosCunhado de Crislene, Ailton Felizardo Loro não se conforma com a falta de sinalização na pista, ocasionada pela falta de efetivo suficiente no dia do acidente, como informou ontem ao Estado de Minas a Polícia Rodoviária Federal“Acredito que faltou atenção do motorista da carretaMas se a estrada estivesse sinalizada, talvez nada disso tivesse acontecido.”
Vítima do Fiesta
A Polícia Civil já tem pistas da identidade da quinta vítima do acidente, o motorista do Ford Fiesta que morreu carbonizado no interior do carro Uma pessoa que se apresentou como parente do condutor procurou as autoridades e fez a coleta de material genético para o exame de DNA, procurando ajudar na identificação do corpoA polícia não informou se a vítima poderia ser um homem ou uma mulher