Jornal Estado de Minas

Grupos ligados a extremistas estrangeiros e criminosos comuns estão por trás do vandalismo

Extremistas radicais com ligações com grupos de outros estados e dos EUA, Turquia e Alemanha participaram dos atos de vandalismo durante a manifestação em BH

Extremistas radicais com ligações com grupos de outros estados e dos EUA, Turquia e Alemanha participaram dos atos de vandalismo durante a manifestação de quarta-feira na Avenida Antônio Carlos e outras vias do entorno do Mineirão, onde jogavam Brasil e Itália, segundo a Polícia Civil

“Eles têm as mesmas características, perfil e bandeira desses grupos que atuam em outros estados e fora do paísTemos feito contatos com a polícia dos EUAVamos tentar desarticular os grupos de Belo Horizonte e prender os líderes”, afirmou o chefe do 1º Departamento da Polícia Civil, delegado Anderson AlcântaraEle comanda uma força-tarefa que já identificou algumas pessoas e prendeu vândalos, inclusive analisando imagens dos ataques na capital nos últimos dias.

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Só na quarta-feira, 109 pessoas foram detidas por prática de diversos crimes“Já são 200 procedimentos instaurados, entre inquéritos, termos circunstanciados e diligências”, informou o delegadoDo total de adultos, 26 tiveram prisão em flagrante e permanecem presosOs 53 restantes foram ouvidos e liberados, conforme determina a lei, por terem cometido crimes de menor potencial ofensivo.

Já entre os adolescentes, 18 ficaram apreendidos e encaminhados ao Juizado da Infância e da JuventudeEles têm entre 15 e 17 anos e passagens pela políciaOs 12 restantes, por estarem envolvidos em episódios de menor gravidade, foram ouvidos em audiência no Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional (CIA) e liberados, segundo estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente.

INVESTIGAÇÃO

Alcântara informou que dois grupos são investigados“São radicais sem bandeira que praticam vandalismo, grupos antigoverno, antipolítica e antipolícia

Querem promover a desordem social e estabelecer o caosAlguns se organizam pelas redes sociais”, afirmou o delegado, que não dá detalhes porque as investigações são sigilosas.

Os grupos extremistas, segundo o policial, não precisam de uma ordem vinda de fora para agir“Eles já têm uma ideologia estabelecida e podem estar em qualquer lugar que já sabem como agirSabem que o vandalismo é um ato que faz parte das açõesE os grupos de fora acompanham de longe tudo que acontece aquiEles se infiltram nas manifestaçõesÉ o apocalipse, como eles falam, e isso para eles é favorável, uma bandeira, um troféu”, acrescentou o delegado, que analisa imagens do confronto.

De acordo com o delegado, esses radicais precisam das manifestações para se tornarem invisíveis no meio da multidão, geralmente escondendo o rosto e “utilizando menores para subverter a ordem”, afirmou.

Anderson Alcântara se reuniu com vários delegados para avaliar as investigações“Vamos fazer uma análise conjuntural para entender o que está acontecendo e quem são essas pessoas, separando o joio do trigo, se são associadas a grupos”, afirmou.

CRIMINOSOS

O delegado confirmou a participação de pessoas infiltradas nas manifestações para fazer depredação: “Grande parte dos presos já responde por crimes pesados, como tráfico de drogas, furto, roubo e formação de quadrilha.”

Mas, segundo ele, há manifestantes envolvidos no vandalismo: “São jovens insuflados por baderneiros”, afirmou
Ele informou que todos os detidos que foram soltos serão monitoradosEntre o material apreendido estão bombas, bolas de gude, máscaras antigases, luvas, facas, celulares com mensagens de incentivo à violência, frascos de leite de magnésia e vinagre, usados para amenizar os efeitos das bombas de efeito moral, escudos artesanais, feitos com tambores plásticos, óculos de proteção, alicates, marreta, estilingues e pedras.