Jornal Estado de Minas

Depredação em BH é condenada por quem passa pela Pampulha

Quem passou ontem pela região foi unânime em criticar arruaceiros e pedir mais rigor da polícia para conter baderna

Jorge Macedo - especial para o EM
Pedro Ferreira
- Foto: Sergio Amzalak/Esp.EM/D.A Press

 

A revolta das pessoas com os atos de vandalismo praticados por baderneiros infiltrados na manifestação de sábado era unânime ontem de manhã ao longo da Avenida Antônio Carlos, no trecho entre o Bairro Lagoinha e a Avenida Santa Rosa, no Bairro São Luiz, na Região da PampulhaConcessionárias, agências bancárias, viadutos e obras do BRT, nada escapou da fúria dos arruaceirosCom tanta selvageria, uma ação mais enérgica da polícia foi defendida por todos, com o objetivo de pôr fim aos ataques.

 

Veja a galeria de fotos

 


A sensação era de que um furacão havia passado pela Antônio CarlosPostes de semáforos e de radares foram arrancados do chão, o que impressionou o frentista Edson Viana, de 43 anos“Como uma pessoa tem tanta força para derrubar uma coisa dessa? Já trabalhei na construção civil e é preciso a força de um carro para arrancar um poste desse”, comentou, ao observar três postes derrubados perto do número 2.778 da avenidaDo outro lado, dois postes de radares foram jogados ao chão.

Vários painéis luminosos com relógios e termômetros foram quebrados, assim como as grades que separam as pistas“Vandalismo danadoNão podiam ter feito issoSomos nós que pagamos essa destruiçãoÉ dinheiro público jogado fora”, reagiu o técnico em comunicações Wellington Lins, de 59.

Uma guarita da obra do BRT virou cinzasO contêiner que servia de depósito de material e a cabine de um guincho foram quebrados

“Puseram fogo na estrutura que estava pronta para receber a base de uma estação do BRTVamos ter de trazer material e refazer tudo de novoEsses bandidos não podem ficar impunes”, reclamou Geraldo Ramos, de 50, que trabalha na obraNa manhã de ontem ainda havia fogo numa estrutura de madeira do BRT, perto do Viaduto São Francisco.

Com tanta sujeira, o trabalho foi redobrado para o gari Geneci Rosa Guedes, de 47, um dos convocados para limpar a avenida“Nunca vi tanto vidro quebradoO negócio está feioAcho errado esse quebra-quebraSe eles querem fazer o negócio (protesto), que façam sem prejudicar ninguém”, disse Geneci.

A concessionária Forlan teve a frente quebrada e três veículos atingidos por pedradas“Tivemos que convocar o pessoal da limpeza e contratamos mais três seguranças para a noiteDepois dessa, vamos fechar toda a frente da loja com tapumes até acabar essa confusão”, disse o encarregado da empresa, Antônio Reinaldo Ribeiro, de 50.

O Banco Mercantil teve a entrada e dois caixas eletrônicos destruídos
Em frente, um galpão de madeira do BRT foi queimadoAlém de colocar abaixo toda a frente da concessionária Grande Minas,  vândalos fizeram uma fogueira com os móveis“Estou revoltada com essa destruição todaOs marginais que entraram na loja estavam encapuzados e as câmaras filmaram o vandalismo”, disse a assistente administrativa Adriene Martins, de 36, enquanto recolhia pedras na agência onde trabalhaPróximo à entrada da UFMG, um banheiro químico foi queimadoO cenário era ainda pior onde começa a Avenida Antônio Abrahão Caram, fechada pela polícia para impedir o acesso dos manifestantes ao Mineirão

SEGUNDO ATAQUE

A concessionária Nissan foi destruída pela segunda vez, mesmo tendo contratado 10 vigilantes para protegê-la“Arrancaram os tapumes que protegiam a frente e vieram com barras de ferro e pedaços de pau para cima da genteInvadiram de uma vez só e nós ameaçamos atirarEu senti que ia morrerEram uns 15 homens encapuzados que não estavam aqui por justiça, mas por vandalismoEu gritava que sou mãe de família, que tenho três filhos e que tinha que trabalhar.”, conta uma vigilante de 37 anosOs carros em exposição foram retirados antes da manifestaçãoMais adiante, uma agência do Banco do Brasil e uma concessionária Peugeot foram atacadasCadeiras e outros objetos foram parar numa fogueiraA tela de proteção da UFMG foi derrubada em vários pontos

Funcionária do caixa de um posto de combustível, Thaís Maia, de 26, conta que ainda não se recuperou do susto“Tentaram quebrar o vidro da loja de conveniênciaEra por volta das 18h quando começou o corre-corre, a multidão fugindo, bombas explodindo, gás lacrimogêneo, muita gente feridaSocorremos um rapaz de 16 anos que foi atingido por uma bomba e uma mulher que voltava de uma cirurgia no carro do marido e passou mal”, disse Thaís