Jornal Estado de Minas

Genética é usada por casais para previnir doenças em filhos

Humberto Siqueira
O sequenciamento genético também já é usado por casais com predisposição de doença genética para evitar filhos com doenças sérias
O teste de Diagnóstico Genético Pré-Implantação (PGD) reduz consideravelmente as chances de um herdeiro com doenças graves como fibrose cística, Huntington, adenoleucodistrofia, distrofia uscular de Duchenne, hemofilia entre tantos males genéticosA técnica é usada em conjunto com a fetilização in vitroPermite a identificação genética dessas doenças ainda no estágio de embrião, quando este está com três dias e tem oito célulasDe acordo com o especialista em reprodução assistida e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Selmo Geber, esse rastreamento ocorre antes da implantação dos embriões no útero“Retiramos essa célula e fazemos testes nelaSe estiver saudável, o embrião é colocado no úteroMas nem todas as oito células carregam exatamente as mesmas informações genéticasEntão, um problema ainda é possível de aparecerMas as chances são reduzidas a 5%Temos casos de teste com seis embriões de um mesmo casal e os seis com problemas”, aponta.

O ginecologista mineiro diz que o aconselhamento, nesse caso, pode ajudar o casal a ter ou não um filho
“Uma das doenças que podem afastar a paternidade é a Óleo de Lorenzo, ligada ao cromossoma XSe se manifestar na infância, pode levar à morte em cinco anos”, lembra

Além de diminuir as chances de doenças genéticas, a técnica também pode ser aplicada para beneficiar mulheres que sofrem com abortos de repetição ou aquelas com mais de 35 anos, que naturalmente têm a fertilidade reduzidaSegundo Geber, diversos casos de perdas consecutivas de gestação podem ser explicados por uma alteração genética em um dos genitores, que pode ser transmitida para o embriãoAssim, o próprio útero cuida de impedir a evolução do feto.