Jornal Estado de Minas

Polícia procura homem que destruiu radar em ataque de fúria na Av. Cristiano Machado

Com base em imagens de sistema de segurança, polícia procura homem que atacou operador e inutilizou aparelho na avenida, em BH. Empresa pode cobrar indenização

Landercy Hemerson
Depois de passar acima da velocidade, motorista parou o carro, voltou, agrediu verbalmente funcionário e atirou equipamento no chão - Foto: Reprodução/TV Alterosa


A Polícia Civil está em busca de pistas que identifiquem o homem que destruiu um radar, depois de passar com seu carro em velocidade superior à permitida em um trecho da Avenida Cristiano Machado, na altura do Bairro Floramar, Região Norte de Belo Horizonte, onde o limite é de 70 km/hImagens do motorista foram registradas pelas câmeras de segurança de um motel, no número 10.795 da avenida, onde o equipamento foi montado, no sentido bairro/CentroNum acesso de fúria, ele agride verbalmente o operador, pega o radar e o joga no chão e contra a parede.

Veja o flagrante do ataque




O equipamento pertence à empresa paulista Splice – Controle de Tráfego e Monitoramento, que presta serviço à BHTransO coordenador regional da Splice, Wagner Torres, teve acesso ao boletim de ocorrência da Polícia Militar ontem à tarde“O ato de vandalismo ocorreu quando nosso operador ainda ajustava o equipamentoNão temos como saber se o veículo do autor da agressão teve a placa registrada, já que não tivemos acesso aos dados da memória do radar”, explicou.

Segundo Torres, o equipamento sofreu danos na unidade central de processamento, na câmera e na carcaça“Um técnico aqui de BH analisou o radar e viu que não tinha como recuperá-loO enviamos para uma empresa especializada em São Paulo e então saberemos se a memória foi afetada.” O coordenador disse não ter como calcular os prejuízosO equipamento vai ficar fora de operação e, com isso, a empresa deixa de prestar o serviço de monitoramento e não vai receber da BHTrans pelos dias parados.

Wagner Torres disse que em quase dois anos que a Splice atua na capital mineira, operando 50 radares fixos e três estáticos, foi o primeiro caso de vandalismo contra seus equipamentosMas, de acordo com ele, as agressões verbais são uma constante contra os operadores, que são treinados para não reagir às provocaçõesTorres disse que aguarda orientações da matriz da empresa sobre que providências serão tomadas

Segundo ele, a possibilidade de um pedido de indenização será analisada, caso o agressor seja identificado.


De acordo com a BHTrans, além dos 50 radares fixos instalados pelos principais corredores da cidade, três aparelhos – incluindo o destruído – são usados para ajudar a monitorar o excesso de velocidade nas vias da cidadeEsses equipamentos são posicionados em vias arteriais, como é o caso da Avenida Cristiano Machado, onde a velocidade regulamentada varia entre 60 km/h e 70 km/h, e permitem a fiscalização em pontos variados da cidade não contemplados com os radares fixos.

Em nota, a empresa municipal informou que todos os locais onde os aparelhos móveis são posicionados contam com placas que informam sobre o limite de velocidade da via e sobre a fiscalização eletrônicaSegundo a empresa, o uso de dispositivos de controle de velocidade no trânsito da capital preserva cerca de 180 vidas por ano.


MEMÓRIA: Um doutor transtornado

Em maio de 2002, o pediatra Edemar Afonso Gonçalves declarou guerra aos radares móveis instalados na BR-381, em Betim, Grande BHEle tentou quebrar dois equipamentos e teve a placa de seu carro anotada pelos operadoresAcabou intimado para responder na políciaEntre janeiro de 2000 e 2001, 13 radares foram destruídos na capital mineiraA onda de vandalismo foi contida com a instalação de câmeras e identificação dos autoresNo dia 21 do mês passado, durante manifestação de moradores do Ribeiro de Abreu, Norte da capital, na MG-020, um radar foi parcialmente incendiado