Jornal Estado de Minas

Justiça nega soltura de delegado suspeito de balear namorada adolescente

Defesa adia pedido de liberdade

Paula Sarapu
A Justiça negou liminar ao delegado da Polícia Civil Geraldo do Amaral Toledo Neto para que ele aguardasse em liberdade o fim do inquérito que apura em que circunstâncias foi baleada na cabeça a ex-namorada do policial, de 17 anos
Com a decisão, a defesa desistiu ontem do habeas corpus e deve aguardar o fim da prisão provisória, de 30 dias, para entrar com mais um pedido.

O delegado é acusado de ter atirado na namorada A.L., na estrada que liga Lavras Novas a Ouro PretoMas, à Corregedoria da Polícia Civil, ele afirma que a jovem tentou suicídioDe acordo com a perícia, o exame residuográfico feito nas mãos da adolescente não encontrou pólvora

A menina foi baleada na tarde de 14 de abrilEla estava na companhia do delegado, dentro do carro dele, onde os dois chegaram a discutirA defesa alega que não havia relacionamento sério e que os dois teriam se encontrado para dar um ponto final ao envolvimento

Amigas da jovem, porém, afirmam que o casal estava junto havia pelo menos três anos, com consentimento da mãe dela, e que o delegado agredia a menorEm 19 de março, Achegou a fazer um registro de ocorrência na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, o que gerou uma medida protetiva que garantiria que o agressor não pudesse mais se aproximar da vítimaAdvogada de Toledo, Maria Amélia Tupynambá afirma que ele não havia sido notificado sobre a decisão


Depois desse episódio, Ase mudou para Conselheiro Lafaiete, onde vivia a famíliaAmigas da adolescente contam que Toledo a teria convidado para uma viagem romântica a Lavras Novas, no fim de semana do incidenteO policial era lotado na Delegacia Especializada de Atendimento ao Idoso e à Pessoa Deficiente, e alega que era alvo de um amor platônico por parte da menor, que foi sua vizinha em um prédio no Bairro Buritis, Região Oeste da cidadeAfoi baleada na cabeça e continua internada no Hospital de Pronto-Socorro João XXIIIA perícia constatou que a arma usada foi uma pistola de calibre .635, que não foi localizada.

Mais um delegado investigado
A Corregedoria-Geral da Polícia Civil assumiu ontem as investigações sobre o ataque a dois irmãos baleados durante baile sertanejo na Região de Venda Nova, no fim de semanaA decisão se deve ao fato de testemunhas terem citado que o delegado Gustavo Garcia Assunção foi o autor dos disparos, durante briga na casa noturnaNa delegacia de plantão, ainda no domingo, o policial negou que tenha atiradoA arma pertencente à Polícia Civil foi apreendida e encaminhada para perícia.