Jornal Estado de Minas

Bares cobram mais agilidade da prefeitura de BH

Jorge Macedo - especial para o EM
Flávia Ayer

Com os bares transbordando de clientes e calçadas lotadas de mesas, donos de estabelecimentos enchem a bola do festival de gastronomia, exaltam a capacidade do evento de atrair turistas e reclamam da falta de apoio para trabalhar

No Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul, o Bar Peixe Frito espalhou mesas em todo o passeio da Rua Juiz de ForaA faixa para o trânsito de pedestres está separada, mas, para funcionar na regularidade, falta a licença da prefeituraDe acordo com o dono do estabelecimento, Roberto Schons, desde abril ele tenta conseguir a permissão.

 “Desde o dia 12 estou tentando e até hoje não obtive respostaPodemos estar pecando, mas estamos tentando trabalhar juntosO festival é uma propaganda para a cidade”, afirma Schons, que diz ter recebido clientes dos Estados Unidos, Argentina e MéxicoPor causa da alta procura, durante o festival, o bar tem mesas e cadeiras até a esquina com a Avenida AmazonasSegundo o dono, a calçada tem 4,2 metros, espaço suficiente para receber a licença para o mobiliário.

O Código de Posturas da capital, documento que regula o uso do espaço público, permite mesas e cadeiras de bares em calçadas com mais de três metros, contanto que fique garantida a circulação de pedestres na metade desse espaço“Estamos trabalhando com uma política da boa vizinhançaTemos clientes cadeirantes e eles são nossa referência,” ressaltaFrequentador do bar e morador do bairro, o cadeirante Eduardo Mohallem, de 59, está satisfeito

“Aqui é tranquilo, as pessoas respeitam e não tenho problemas em passar”, conta.

Em um dos botecos mais procurados, o Patorroco, no Bairro Prado, na Região Oeste, os clientes tomam parte da rua para experimentar o “Koninguiça”Mesas mais altas foram espalhadas no asfalto, onde frequentadores aguardam por uma vaga e tomam bebidasO casal Bruno Bicalho, de 28, e Marcela Abrahão, de 29, aguardava havia uma hora a mesa na sala de espera improvisada no asfalto“Essa é uma situação que não tem soluçãoUm cadeirante não passaria pela calçada”, reconhece Bruno.

Além das mesas, guarda-sóis  foram espalhados na calçadaO objetivo é proteger clientes do calor, mas eles também limitam a passagem de pedestresSegundo o dono do estabelecimento, Marcos Machado, o bar está funcionando da mesma forma que em outros períodos e a diferença é o maior fluxo de clientes ao longo de todo o dia“É disso que o mineiro gosta, estamos recebendo turistas do mundo inteiroSe não tiver uma flexibilização maior durante o evento, fica complicadoA prefeitura precisa de reforçar é a segurança e o controle do trânsito perto dos botecos, e não dificultar o lazer do cidadão”, argumenta.