Missa com mensagem de união no Ginásio do Mineirinho

No centro da celebração, a eucaristia, instituída por Jesus na última ceia e que representa a comunhão com Deus. E, na missa dedicada a esse sacramento, a mensagem de união não poderia ser outra. Com os corações cheios de fé e esperança, milhares de católicos comparecem ontem ao Ginásio do Mineirinho, na Pampulha, para acompanhar a Missa da Unidade, que marca o início do Tríduo Pascal. Momento também para o clero das 261 paróquias da Arquidiocese de Belo Horizonte renovar seus votos sacerdotais e abençoar os santos óleos, usados pelas igrejas nas cerimônias do batismo, crisma e unção dos enfermos.

“A Missa da Unidade reaviva a palavra de Deus na comunhão e na unidade. Que todos os católicos possam viver essa bonita experiência da comunhão ecumênica, com todas as pessoas, e se abrir ao amor novo”, ressaltou o arcebispo metropolitano, dom Walmor Oliveira de Azevedo. Ele enfatizou, no ano da Jornada Mundial da Juventude e em que o tema da Campanha da Fraternidade é Fraternidade e Juventude, a presença especial dos mais novos. “A missa da unidade congrega nosso olhar voltado para os jovens. Eles são para nós uma opção preferencial. Queremos estar junto deles”, diz.

Com o frescor da idade, eles estavam lá, marcando presença em peso e indicando para onde caminha o futuro da Igreja Católica. Na primeira fila das cadeiras, o grupo da Paróquia de Santo Antônio da Vila Belém, da capital, mostrava entusiasmo em participar da celebração. “Essa é uma renovação da fé, que é a nossa fortaleza que nos leva a continuar a trabalhar pela igreja e a chamar mais jovens a participar da vida da paróquia”, contou a estudante Rafaela Vanessa Xavier, de 16 anos.

 Os noviciados carmelitas Frei Lázaro José Antônio, de 26, e Edenilson Reis França, de 24, são o rosto dessa igreja que busca se renovar e se aproximar dos mais jovens. Eles estão começando a vida sacerdotal, confiantes na mensagem da união. Frei Lázaro, moçambicano, chegou ao Brasil em janeiro para se formar padre. “Essa missa representa também a união de todos os povos, culturas e tradições. Quando estamos unidos, as coisas sempre correm bem”, ensinou.

Ao lado dele, Edenilson, de Curitiba, confessa o sentido especial que a Semana Santa tem para ele. “Foi num Sábado de Aleluia, em 2010, que comecei a refletir sobre a minha vocação sacerdotal”, lembrou. Mais adiante, com uma vela acesa nas mãos, o militar reformado Itamar Condé, de 50, ouve as preces como uma mensagem de força. “Essa chama da fé aquece nossa vida e nos traz força para lutar por um mundo melhor”, disse. E, quando falta esperança, a aposentada Maria da Conceição de Jesus Nunes, de 72, com um chapéu com o nome “Jesus” em letras garrafais ensina o caminho: “É essa força superior que nos ajuda a superar as dificuldades”.