Jornal Estado de Minas

Boliviano é preso em BH suspeito de exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica

Um boliviano foi preso na tarde desta terça-feira por falsidade ideológica e exercício ilegal da medicina em Minas Gerais. Ele foi alvo de uma denúncia anônima e abordado quando deixava o Hospital Sofia Feldman, no Bairro Tupi, Região Norte da capital, logo após concluir a transferência de um recém-nascido.



De acordo com a 18ª Companhia do 13º Batalhão da Polícia Militar, a denúncia indicava que um falso médico estaria em uma UTI Móvel que saiu da cidade de Luz, no Centro-Oeste mineiro, a caminho da capital com um bebê que precisava ser transferido. O informante disse à polícia que o homem se valia do registro profissional de um médico do Sul de Minas.

Os policiais abordaram o suspeito quando ele deixava o hospital de BH. Os militares constataram que a transferência do recém-nascido foi efetivada. O bebê estava acompanhado pela mãe e uma tia. A enfermeira que acompanhou o traslado tinha toda documentação regular. Já o homem que se apresentou como médico não portava nenhum tipo de documento de identificação.

A fisionomia e o sotaque do homem levaram os policiais a perceberem que ele é boliviano. Ao ser cobrado pelos documentos pessoais, o suposto médico disse que os esqueceu no hospital em Luz, mas apresentou um carimbo com o número do Conselho Regional de Medicina (CRM). Ao revistarem a bolsa dele, os policiais encontraram um protocolo da Polícia Federal em que constava a renovação do visto de permanência no Brasil de um homem com nacionalidade boliviana.



Levado à companhia da Polícia Militar, o homem não revelou detalhes sobre a sua atuação profissional. Ao checarem os registros, os militares constataram que o CRM registrado no carimbo é de um médico de Bom Despacho. Também identificaram que a autorização para transferência do recém-nascido havia sido assinada por outro médico, que estaria trabalhando nesta tarde na Santa Casa de Bom Despacho.

O secretário de Saúde de Luz, José Marcio Zanardi, afirmou que nenhum recém-nascido foi transferido da rede municipal da cidade para a capital nesta terça-feira e garantiu que a prefeitura não mantém nenhum boliviano em seu quadro de médicos.
Já a secretaria de Saúde de Bom Despacho revelou que um médico da Santa Casa formalizou a transferência de um bebê nesta data para o Hospital Sofia Feldman. No entanto, garantiu que o profissional não acompanha o traslado, que é realizado pela empresa terceirizada Las Vida, que oferece o serviço de UTI Móvel para prefeituras do Centro-Oeste mineiro e consta com equipe médica própria. A secretaria informou ainda que há dois bolivianos, um homem e uma mulher, que atuam como médicos no município, mas afirmou que a documentação deles é regular e que ambos possuem registro junto ao Conselho Regional de Medicina.

A reportagem do em.com.br contatou a empresa Las Vida, mas o responsável se recusou a comentar o assunto. O boliviano, identificado como Luiz Eduardo Bernnal Escalera 26 anos , se passava por Diego Cunha Campos. Ele foi levado para a sede da Polícia Federal, na capital.



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