Jornal Estado de Minas

Policiais rodoviários são presos por cobrança de propina em Minas

Os agentes trabalhavam nos postos de Caratinga e Realeza, na Zona da Mata de Minas. Além deles, um empresário e um caminhoneiro que pagavam propina aos policiais foram presos

Luana Cruz, Paulo Filgueiras, Cristiane Silva, Daniel Camargos, Mateus Parreiras, Pedro Rocha Franco, Luciane Evans, Leandro Couri
Foram presos na manhã desta terça-feira quatro policiais rodoviários federais, um empresário e um caminhoneiro envolvidos num esquema de pagamento de propina na Região da Zona da Mata de Minas Gerais
Os policiais recebiam dinheiro para liberar veículos irregulares e deixar de autuar motoristas por crimes de trânsito nos postos de Caratinga e Realeza, localizados na BR-116.

As investigações começaram há um ano e meio, depois de uma denúncia da própria PRF aos agentes da Polícia FederalAs duas corporações trabalharam em conjunto nas apurações, que culminaram com a Operação Cerração montada nesta terça-feira para prender os suspeitosTodos foram detidos em casa, em cumprimento de mandado de prisão, nas cidades de Caratinga, Manhuaçu, Medina, Santa Bárbara do Leste e Piedade de Caratinga.

De acordo com o delegado Cristiano Jomar Costa Campidelli, os policiais usavam o cargo público para obter vantagensEles exigiam dinheiro em troca de liberações para veículos irregulares nos postos, mas a polícia não divulgou os valores recebidos pelos agentesO empresário preso é dono de uma transportadora e pagava aos policiais para que seus caminhões ficassem sempre impunesOutro preso é um caminhoneiro que, de acordo com o delegado, era arregimentador de cargas, por isso negociava com os agentes nos postos da rodovia

Os policiais vão responder por corrução passiva e os outros dois presos por corrupção ativaSegundo Campidelli, as penas para os crimes variam de 2 a 12 anos de prisãoOs policiais podem perder os cargos públicos em caso de condenação ou por meio de uma processo administrativa que foi aberto na corporação para apurar os crimesA polícia não divulgou o local onde os presos estão acautelados