Quem chega ao Parque das Mangabeiras, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, pelos portões Norte e da Rua Caraça, no Bairro Serra, não consegue mais subir até a Praça das Águas pela Trilha 12. A Estrada da Ferrobel, que leva até o alto do parque, está interditada desde janeiro a veículos e pessoas devido ao perigo de desmoronamento de uma encosta. Segundo o diretor do parque, André Funghi, um muro de pedras preso por uma grade de aço, conhecido como gabião, está deformado e corre o risco de se romper, principalmente em dias de chuva forte. Ainda não há previsão para reabertura da via, mas as obras de contenção devem durar seis meses.
A alternativa é um caminho mais longo e íngreme, usado normalmente por quem gosta de corrida ou de caminhada no parque. A interdição atinge uma faixa de quase um quilômetro e placas estão instaladas em pontos de bifurcação da via, para evitar que o pedestre precise voltar. Vigilantes reforçam as orientações, principalmente às crianças da Escola Municipal Levindo Coelho, que usam o parque esportivo no contraturno das aulas, por causa do programa Escola Integrada.
"A encosta é feita de terra e pedras e por isso é muito instável. Se chover muito, o terreno absorve a água e deixa o solo encharcado. O gabião que cerca o minério, instalado há muitos anos, acabou ficando com uma barriga, que pode se romper. Como há um grande fluxo de pessoas caminhando nos fins de semana e de crianças, por causa da escola, decidimos interditar o local", explicou André.
…MORADORES TEMEM FESTA
Moradores do Bairro Mangabeiras, na Região Centro-Sul de BH, estão preocupados com a realização da festa Saint Patrick's Day (Dia de São Patrício), marcada para sábado na área de estacionamento do Parque das Mangabeiras. No ano passado, a associação de moradores entrou na Justiça para tentar impedir o evento e conseguiu liminar na 1ª instância. Mas os organizadores recorreram e garantiram a autorização para a festa, que reuniu cerca de 7 mil pessoas. Neste ano, o presidente da União das Associações da Zona Sul de BH e da Associação de Moradores do Bairro Mangabeiras, Marcelo Marinho Franco, decidiu não entrar na briga, mas reafirma sua posição contrária. “O parque é um local de preservação e de pesquisa ambiental. Ele tem como meta conservar e proteger as espécies florestais. É, portanto, uma área de lazer contemplativo e descanso e, assim, deveria receber maior apoio das autoridades. Não se pode admitir que, contrariando a sua destinação definida por lei, seja palco de ruidosos espetáculos como esse, uma festa que não é da nossa tradição, cujo objetivo é incentivar o consumo de cerveja pelos jovens.”