Jornal Estado de Minas

Corredores que estão em obras em Belo Horizonte apresentam lentidão

Flávia Ayer
A Prefeitura de BH insiste em dizer que, depois de férias coletivas das empreiteiras e de empecilhos ligados à transferência de recursos pela Caixa Econômica Federal e à Lei de Responsabilidade Fiscal, as obras do BRT foram retomadas e seguem a todo vapor
Mas a afirmativa contradiz a realidade das ruasNa Avenida Pedro I, não há sinais de obras na altura do Bairro São João Batista, em Venda Nova, onde alguns proprietários nem saíram ainda dos imóveisNa Antônio Carlos, na Pampulha, pode-se contar nos dedos os operários trabalhandoA situação é diferente na Avenida Cristiano Machado, mas, apesar dos homens e máquinas na pista, a quantidade de serviço a ser feito parece desafiar o tempo disponível.

Na Antônio Carlos, os trabalhos estão concentrados em três estações do BRTUma delas é Pampulha, que será o terminal de integração entre linhas alimentadoras e as do novo sistemaMas o local ainda se resume a um terreno descampado, sem qualquer estrutura erguidaNa Avenida Pedro I, a calmaria é tanta que garotos usam a futura pista do BRT para andar de bicicletaPróximo ao Parque Lagoa do Nado, as pistas exclusivas dos ônibus nem começaram a ser construídas e imóveis desocupados se misturam a pontos comerciais em atividade.

Quem passa pela Avenida Cristiano Machado vê operários e máquinas, mas também muito trabalho pela frente“De dezembro para cá, nada foi feito”, afirma Levi Farias, de 43, funcionário de um posto de gasolina que bate ponto na avenida todo dia, há 10 anosA Secretaria Municipal de Obras  informa que houve redução no número de funcionários, porque empreiteiras concederam férias coletivas no fim do ano, mas argumenta que o ritmo foi retomado
A pasta fixa o término das obras para o fim do ano, seis meses depois do prazo estipulado inicialmenteNo caso do BRT da Cristiano Machado, a prefeitura chegou a informar que a conclusão ocorreria em março de 2012Os investimentos nos dois corredores são de R$ 769,1 milhões.

No início do mês, o prefeito Marcio Lacerda havia declarado que a prefeitura tentava negociar com a Caixa o repasse de recursos das desapropriações da Pedro II, cujo projeto do BRT foi cancelado“Somente agora estamos conseguindo essa transferência”, disseEle alegou também problemas relacionados à Lei de Responsabilidade Fiscal, além de obstáculos no subsolo, como redes de alta tensão e uma adutora da Copasa que não constavam no projeto e foram descobertas durante as obras.