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Estado de Minas

Ação de emergência tenta salvar de desabamento fazenda da Estrada Real


postado em 24/02/2013 00:12 / atualizado em 24/02/2013 08:07

Gustavo Werneck

Registro Velho, em Barbacena, foi cenário da Revolução Liberal(foto: IPHAN/Divulgacao)
Registro Velho, em Barbacena, foi cenário da Revolução Liberal (foto: IPHAN/Divulgacao)
 

Já está pronta a cobertura provisória para salvar da ruína total a Fazenda do Registro Velho, considerada a mais antiga do Caminho Novo da Estrada Real e monumento importante de Barbacena, na Região Central de Minas. O serviço para montar a estrutura que protege o imóvel do século 18 demandou uma semana e custou R$ 95 mil ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), responsável pelo tombamento do imóvel, informa o chefe do escritório técnico do órgão federal em Tiradentes, Mário Ferrari. Sobre a casa, explicou, foi colocada uma tenda semelhante às de shows, com material resistente e próprio para a segurar a degradação causada pela chuvas.

A tenda, com estrutura de alumínio e lona, protegerá uma área de 400m2. “É a primeira vez, em Minas, que o Iphan faz esse tipo de cobertura ”, explicou Ferrari. Um trabalho de proteção parecido, embora com cobertura de zinco e executado pela prefeitura de Catas Altas, contemplou, em 2011, a Capela de Santa Quitéria (século 18), hoje com telhado definitivo. “A iniciativa foi importante, pois, do contrário, a fazenda desabaria, mas a ação judicial para recuperação desse patrimônio continua em curso”, informou, ontem, o coordenador das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico (CPPC), promotor de Justiça Marcos Paulo de Souza Miranda

No início de dezembro, em ação do Ministério Público do estado (MPMG), a Justiça da comarca de Barbacena determinou, por meio de liminar, que a prefeitura fizesse o escoramento do imóvel e pusesse lonas sobre ele. Em entrevista ao EM, a promotora de Justiça Elissa Lourenço Xavier, autora da ação, com o CPPC, informou que os serviços feitos pela municipalidade, em 2010, para proteger o Registro Velho das chuvas, não foram adequados. “A cobertura se encontra muito degradada, sendo necessário, portanto, fazer uma nova para a construção não ruir”, disse Elissa.

A propriedade particular fica perto da divisa com o distrito de Sá Fortes, município de Antônio Carlos, e é tombada desde 2002 pelo Iphan e desde 1993 pelo município de Barbacena. Marcos Paulo destaca a urgência da obras, pois as paredes são de pau-a pique e adobe, com perigo de desabamento. “Por isso, acionamos o Poder Judiciário, depois que a prefeitura se recusou a executar as obrigações, alegando que não tem mão de obra especializada para isso. Ficou acertado que o Iphan vai elaborar o projeto de restauro este ano, o que poderá salvar o imóvel do desaparecimento”. O custo da obra é estimado em R$ 4 milhões.

HISTÓRIA De acordo com o dossiê municipal de tombamento, em 1702 foi construída, no local, uma capela dedicada a Nossa Senhora do Pilar e, tempos depois, por escritura pública, foi instituído por Manuel de Sá Figueiredo o patrimônio da capela, que serviu de matriz até 1743, ano do início das obras da igreja nova. A Fazenda do Registro Velho, segundo os historiadores, desempenhou papel importante na Revolução Liberal de 1842, pois dali saiu, em junho daquele ano, o grupo de Teófilo Otoni (1807–1869) para lutar contra as tropas de Luís Alves de Lima e Silva, o duque de Caixas (1803-1880).


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