Jornal Estado de Minas

Ônibus é incendiado no Anel Rodoviário em suposta represália à situação da Nelson Hungria

Veículo foi totalmente consumido pelas chamas e bilhete indica ação em apoio aos presos rebelados na penitenciária de segurança máxima

Daniel Silveira

Um ônibus foi incendiado no fim da noite dessa quinta-feira na capital em uma suposta retaliação pela situação dos presos rebelados na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem

De acordo com a Polícia Militar, o coletivo da linha 4501 foi atacado na marginal do Anel Rodoviário, na altura do Bairro CalifórniaNinguém ficou ferido

Segundo a PM, havia apenas o cobrador, o motorista e uma passageira dentro do ônibus quando dois homens embarcaram anunciando um assaltoDepois de recolher o dinheiro que estava com o cobrador, a dupla ordenou que todos desembarcassem e atearam fogo no interior do veículoAntes de fugir, a dupla entregou um bilhete ao cobrador no qual deixavam claro que a ação era uma represália pela situação dos detentos na Nelson Hungria.

Desde as 9h dessa quinta-feira cerca de 100 presos se rebelaram no pavilhão 1 da unidade prisional de segurança máximaEles renderam um agente penitenciário e uma professora e os mantém reféns desde entãoO Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar iniciou as negociações por volta das 13hPor meio de um rádio comunicador do agente penitenciário mantido refém, os oficiais mantêm contato com o detento que se apresentou como líder do motimTrata-se de Daniel Augusto Cipriano, 29 anos, que tem cinco condenações por roubo e uma por homicídioConhecido pelos apelidos de Carioca e Snap, ele listou uma série de exigências


No começo da noite havia expectativa de que os presos libertassem os reféns, pois algumas exigências foram aceitas pelas autoridadesPorém, os detentos recuaram porque uma das principais exigências, o afastamento do atual diretor da penitenciária, Luiz Carlos Danúzio, foi negada.

Desde o começo da tarde o fornecimento de água e energia elétrica foi suspenso no pavilhão onde ocorre o motimOs detentos também não receberam alimentação desde o início da ação