Além da dor provocada pela perda do filho tão jovem, os pais de Gabriel Camargo Parreiras estão revoltados com o trabalho da polícia capixaba
Rodrigo diz que enquanto estava buscando pelo filho e pregando cartazes em Guarapari recebeu a informação de que havia ocorrido um suicídio e procurou novamente a polícia, mas foi informado que quem havia morrido era um adolescente com várias passagens de polícia“Foi quando uma moça – que sabia que um rapaz havia pulado de um prédio na noite de sexta-feira – viu um dos cartazes que preguei e foi até o prédio, levou o cartaz e confirmou que quem havia morrido era meu filho”, explica
O pai foi até o local e soube dos moradores que seu filho chegou ao edifício onde morreu acreditando ser o prédio do tio-avô, onde estava hospedadoOs dois imóveis são parecidos e distantes 400m um do outro“Contaram que ele havia bebido vodca, estava desorientado e batia a campainha dizendo que queria ir para o apartamento 301”, afirma o pai
Gabriel estava hospedado no apartamento 301, porém de outro prédio da mesma avenida, a Oceânica, na Praia do MorroNessa época, a maioria dos apartamentos é alugada para o carnaval e não são os donos dos imóveis que ocupam o local“A polícia tratou o caso com displicênciaNão procurou saber quem estava no apartamento 301, como ele caiu e por que um pé do tênis dele ficou pendurado na janelaFez apenas uma perícia de praxe”, queixa a mãe de Gabriel.
Paula afirma que seu filho não tinha perfil de suicida nem motivo para se matar“Ele estava apaixonado por uma meninaTinha feito uma tatuagem de henna com o nome dela e ia renovar, para quando voltasse para Belo Horizonte a tatuagem ficasse bonitaEle não tinha motivo, estava de férias e feliz
Gabriel morava com os pais no Bairro Cidade Nova e frequentava o grupo de jovens da Igreja Getsemani, no Bairro Dona ClaraEle havia repetido de ano na escola duas vezes e neste ano começou a estudar no Colégio Rui Barbosa, com o objetivo de fazer um ano letivo em seis meses e recuperar o tempo perdidoEle completaria 15 anos no dia 25“Estávamos pensando em como seria a festa”, conta a mãe